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Petrobras precisará reajustar os preços dos combustíveis ao longo dos próximos
anos se quiser realizar os aportes previstos no Plano de Negócios 2012/2016,
que devem totalizar US$ 236,5 bilhões. “O plano aprovado pelo Conselho de
Administração da Petrobras pressupõe paridade de preços internacionais”,
afirmou a presidente da estatal, Maria das Graças Foster, durante entrevista à
imprensa, na manhã de ontem, para detalhar parte do projeto. A executiva disse
que a empresa reviu a meta de produção, até 2016, para números mais
“realistas”, com a redução prevista de 1 milhão de barris diários de petróleo.
Anteriormente, a queda projetada era de 700 mil barris diários.
“Historicamente,
a Petrobras não cumpre suas metas de produção. (...) Temos, como uma de nossas
conclusões, que nosso plano esteja sendo trabalhado em metas ousadas, que se
mostraram ano a ano metas não realistas”, disse Graça Foster. Resultado: as
ações da empresa registraram fortes perdas. A ação preferencial da empresa
(PETR4) fechou com perda de 8,95%, a R$ 17,80. Já a ação ordinária (PETR3) caiu
8,33%, a R$ 18,48. O Ibovespa fechou em baixa de 2,95%, aos 53.805,38 pontos.
Para
alcançar as metas do novo plano, Foster destacou que a maior empresa da América
Latina precisa reduzir custos com estoques e importações: “Nós precisamos
reduzir os custos operacionais e não apenas o custo da festa de Natal no fim do
ano para os empregados”. A estatal deve manter seu nível de endividamento
abaixo de 35% do capital da empresa. A presidente prevê que o preço do petróleo
do tipo brent seja de US$ 110,82 por barril em 2012, na média, e caia para um
patamar de US$ 90 no longo prazo.
Nessa
segunda-feira, entraram em vigor os reajustes concedidos pela Petrobras, na
sexta-feira, às refinarias – a gasolina subiu 7,83% e o diesel 3,94%. Os
percentuais não põe fim à defasagem dos preços em relação ao mercado
internacional. Por outro lado, os aumentos concedidos às refinarias não vão
chegar ao bolso dos consumidores graças à decisão do governo de zerar a
alíquota da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), mais
conhecida como imposto dos combustíveis.
Em Minas
Gerais, o Minaspetro, sindicato que representa os postos de combustíveis,
assegurou, por meio de uma nota divulgada à tarde, que “não haverá reflexo para
(…) os consumidores” em razão da eliminação da Cide. O Sindicato Nacional das
Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes (Sindicom), também em
nota, garantiu o mesmo.
Comperj -
Um dos problemas identificados pela nova diretoria da petroleira é a situação
do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). Graça proibiu a
divulgação do novo prazo para a entrada em funcionamento da primeira refinaria
do Comperj (o projeto prevê duas), que seria em setembro de 2014. Essa data já
foi abandonada. Antes de fixar uma nova, a presidente exige a realização de
estudos aprofundados. Para não deixar o mercado interno desabastecido, a
estatal vem importando barris de petróleo. Entre janeiro e abril deste ano, por
exemplo, a Petrobras comprou, em média, 80 mil barris por dia.
Fonte: Estado de Minas