segunda-feira, 25 de junho de 2012

Gasolina e diesel devem subir, falta definir quanto


O governo ainda não definiu o índice de reajuste da gasolina e do diesel, mas a decisão de aumento está confirmada. A presidente da Petrobras, Graça Foster, disse que o reajuste poderá ser de 10%, de acordo com a Folha de São Paulo. "Normalmente a imprensa é muito bem fundamentada", disse Graça Foster, ao ser questionada se esse seria o patamar de aumento. Enquanto em âmbito nacional, a expectativa é que uma eventual alta de 10% na gasolina da refinaria não seja repassada integralmente para o consumidor, mas para o assessor Econômico do Sindicato dos Proprietários de Postos de Combustíveis do Ceará (Sindipostos-CE), Antônio José Costa, existe a possibilidade de alguns postos do Estado providenciarem um aumento nesse mesmo índice. "O comerciante é um mero repassador de custos. Se a gasolina ficar mais cara onde ele compra, o mesmo deve passar a vendê-la mais caro para equilibrar as coisas. Ainda não sei dizer quanto será o aumento nas bombas caso essa alta de 10% se confirme, mas um repasse integral não é impossível", comenta.

Aumento é "necessidade" - A gasolina e o diesel representam metade da receita da Petrobras. A falta de ajuste tem refletido negativamente nas ações da empresa no mercado, principalmente depois que a estatal passou a ter que importar gasolina para suprir o consumo interno, comprando o combustível a preços internacionais e vendendo com preços congelados. "Nós precisamos de um aumento, porque o Brent desceu, mas o câmbio está subindo. Então, a paridade do preço está bem defasada", afirmou Graças Foster.

Se acontecer, o aumento no preço da gasolina vai contradizer o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), que em março manteve a projeção de que não haveria reajuste nos preços do combustível no acumulado de 2012.

Ministros negam - Além da presidente da Petrobras, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, também não confirmaram que o governo já teria um índice definido. "Não confirmo nada", disse Mantega, sem demonstrar interesse em comentar o assunto.

O ministro da Fazenda disse ainda que cabe à Petrobras, não ao governo, anunciar quando haverá reajuste de combustíveis, se é que haverá "Vamos ouvir a Petrobras, se é que vai ter esse aumento", disse o ministro, afirmando que as notícias que circulam a esse respeito são apenas "especulações".

Em pronunciamento durante a Rio+20, o ministro citou entre as políticas para o desenvolvimento sustentável a substituição gradual da gasolina pelo etanol. Afirmou ainda que o governo enxerga possibilidades de sinergia entre a Petrobras e a Petrochina. "O Brasil tem demanda grande para produtos petrolíferos como plataformas e estamos convidando os chineses a participar", disse.

Já o ministro Edson Lobão afirmou que o governo está constantemente estudando o impacto do aumento de combustíveis na inflação. "Estamos sempre fazendo simulações de quanto a Petrobras precisa de aumento e como isso repercute na inflação. Isso não quer dizer que vá se realizar prontamente", disse.

Uso da Cide - Ele informou que ainda há espaço para utilizar a Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico), mas o governo está cauteloso porque se isso acontecer, os recursos da taxa serão esgotados. A Cide é usada como uma espécie de colchão pelo governo para amortecer o impacto do aumento dos combustíveis na inflação nacional.

Fonte: diário do Nordeste – CE