O governo
ainda não definiu o índice de reajuste da gasolina e do diesel, mas a decisão
de aumento está confirmada. A presidente da Petrobras, Graça Foster, disse que
o reajuste poderá ser de 10%, de acordo com a Folha de São Paulo.
"Normalmente a imprensa é muito bem fundamentada", disse Graça
Foster, ao ser questionada se esse seria o patamar de aumento. Enquanto em
âmbito nacional, a expectativa é que uma eventual alta de 10% na gasolina da
refinaria não seja repassada integralmente para o consumidor, mas para o
assessor Econômico do Sindicato dos Proprietários de Postos de Combustíveis do
Ceará (Sindipostos-CE), Antônio José Costa, existe a possibilidade de alguns
postos do Estado providenciarem um aumento nesse mesmo índice. "O
comerciante é um mero repassador de custos. Se a gasolina ficar mais cara onde
ele compra, o mesmo deve passar a vendê-la mais caro para equilibrar as coisas.
Ainda não sei dizer quanto será o aumento nas bombas caso essa alta de 10% se
confirme, mas um repasse integral não é impossível", comenta.
Aumento é
"necessidade" - A gasolina e o diesel representam metade da receita
da Petrobras. A falta de ajuste tem refletido negativamente nas ações da
empresa no mercado, principalmente depois que a estatal passou a ter que
importar gasolina para suprir o consumo interno, comprando o combustível a
preços internacionais e vendendo com preços congelados. "Nós precisamos de
um aumento, porque o Brent desceu, mas o câmbio está subindo. Então, a paridade
do preço está bem defasada", afirmou Graças Foster.
Se
acontecer, o aumento no preço da gasolina vai contradizer o Comitê de Política
Monetária (Copom) do Banco Central (BC), que em março manteve a projeção de que
não haveria reajuste nos preços do combustível no acumulado de 2012.
Ministros
negam - Além da presidente da Petrobras, o ministro da Fazenda, Guido Mantega,
e o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, também não confirmaram que o
governo já teria um índice definido. "Não confirmo nada", disse
Mantega, sem demonstrar interesse em comentar o assunto.
O
ministro da Fazenda disse ainda que cabe à Petrobras, não ao governo, anunciar
quando haverá reajuste de combustíveis, se é que haverá "Vamos ouvir a
Petrobras, se é que vai ter esse aumento", disse o ministro, afirmando que
as notícias que circulam a esse respeito são apenas "especulações".
Em
pronunciamento durante a Rio+20, o ministro citou entre as políticas para o
desenvolvimento sustentável a substituição gradual da gasolina pelo etanol.
Afirmou ainda que o governo enxerga possibilidades de sinergia entre a
Petrobras e a Petrochina. "O Brasil tem demanda grande para produtos
petrolíferos como plataformas e estamos convidando os chineses a
participar", disse.
Já o
ministro Edson Lobão afirmou que o governo está constantemente estudando o
impacto do aumento de combustíveis na inflação. "Estamos sempre fazendo
simulações de quanto a Petrobras precisa de aumento e como isso repercute na
inflação. Isso não quer dizer que vá se realizar prontamente", disse.
Uso da
Cide - Ele informou que ainda há espaço para utilizar a Cide (Contribuição de
Intervenção no Domínio Econômico), mas o governo está cauteloso porque se isso
acontecer, os recursos da taxa serão esgotados. A Cide é usada como uma espécie
de colchão pelo governo para amortecer o impacto do aumento dos combustíveis na
inflação nacional.
Fonte: diário do Nordeste – CE