Não durou
mais que um dia a greve dos trabalhadores das obras da ferrovia Transnordestina
no Ceará, Piauí e Pernambuco. Ontem pela manhã, uma assembleia dos funcionários
da Odebrecht decretou o fim da paralisação e o retorno ao trabalho nos 25
canteiros espalhados pelos três Estados. A construtora e a Transnordestina
Logística S/A (TLSA) concordaram em pagar, até o final deste mês, o equivalente
a 35 horas de trabalho de benefício do Programa de Incentivo à Produtividade
(PIP).
Será paga
ainda a Participação no Lucros e Resultados (PLR) para 2.500 trabalhadores
demitidos no começo deste ano. O benefício será proporcional a quatro meses de
trabalho, referentes ao período compreendido entre os meses de setembro e
dezembro do ano passado, esclareceu Luciano Silva, coordenador regional da
subsede do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Construção de
Estradas, Pavimentação e Obras de Terraplenagem no Estado de Pernambuco
(Sintepav-PE).
O
dirigente sindical lembrou, entretanto, que as empresas atenderam em parte as
reivindicações, pois o débito do PIP é igual a 80 horas de trabalho. A parada
da última segunda-feira teve maior adesão dos trabalhadores do Ceará e Piauí.
Em Pernambuco, estimativas do Sintepav-PE são de que apenas 300 profissionais
tenham cruzado os braços. O acordo, segundo nota enviada pela assessoria de
imprensa da
Odebrecht Infraestrutura, foi firmado já na noite da última
segunda-feira.
“A partir
do próximo mês de agosto, esse pagamento (do PIP) poderá ocorrer mensalmente,
caso sejam cumpridas todas as metas estabelecidas”, informou. A empresa nega
que tenha havido uma paralisação forte na última segunda-feira e estima que
apenas 3% do contingente de 2.400 trabalhadores aderiram à greve.
Na terça feira (17), o trabalho foi normal em todas as 25 frentes de serviços, localizadas em
Pernambuco, no Piauí e no Ceará. O mesmo se repete hoje, com os trabalhadores
executando serviços de terraplenagem, obras de artes correntes e obras de artes
especiais. Em Serra Talhada (PE), serão montados 1.200 metros de ferrovia”,
reforçou a nota da Odebrecht.
A
Odebrecht é a empresa contratada pela TLSA para tirar do papel o empreendimento
de R$ 5,4 bilhões. A obra está atrasada. O ramal que liga a cidade de Eliseu
Martins (PI) ao Porto de Suape, segundo cronograma apresentado em fevereiro à
presidente Dilma Rousseff, deveria estar pronto no final de 2013, mas agora só
será entregue em fins de 2014.
A
Transnordestina é uma ferrovia de 1.728 quilômetros, que começa na cidade de
Eliseu Martins, no Piauí, seguindo até os Portos de Pecém, no Ceará, e de
Suape, no Cabo de Santo Agostinho.
Fonte: Diário do Commercio – PE