quinta-feira, 19 de julho de 2012

Postos têm dificuldades para adquirir combustível para MT


Presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis de Mato Grosso (Sindipetróleo), Aldo Locatelli alerta que muitos postos revendedores estão encontrando entraves para aquisição de combustíveis desde a semana passada, quando planejam compras do produto ainda sem reajuste. Uma majoração de 6% nas refinarias foi anunciada pela Petrobras na quinta-feira, dia12.

Locatelli avisa sobre o risco de muitos postos ficarem sem produtos, principalmente óleo diesel, já que as vendas aos postos têm sido feitas numa espécie de cotas e a entrega que levava de 28 horas até dois dias, agora está ampliada de 36 horas para até três dias. “Em Rondonópolis, já está faltando diesel. Em Cuiabá, empresários reclamam da demora na entrega de combustíveis nos postos”, pontua o presidente do Sindicato. Alguns empresários com postos bandeirados já pensam em acionar a Justiça para ter o seu direito de compra respeitado pela distribuidora. As compras regradas e a entrega com maior prazo têm dado dor de cabeça para quem revende óleo diesel e diesel S-50.

Como explica a assessoria do Sindipetróleo, a situação está ligada ao preço do frete. Segundo um distribuidor ouvido pelo Sindicato, está havendo dificuldades de se negociar o preço do transporte e, portanto, de contratar o carregamento de combustíveis. Adequações às novas exigências da legislação do motorista é um dos motivos do aumento do custo do transporte.

O período de colheita de safra do milho e do algodão também deixa as contratações de motoristas mais competitivas. Conforme recente previsão da Associação dos Transportadores de Carga do Mato Grosso (ATC), o preço do transporte pode sofrer alta de 40% por conta destes cenários.

A dificuldade de se negociar o preço do frete neste período. “Toda esta situação merece uma reflexão do consumidor final, o maior afetado com tudo isto. O frete não teve reajuste durante muito tempo e agora o aumento será alto e de uma vez, o que vai impactar o preço final dos produtos”, analisa Aldo Locatelli. 

“Esperamos que as autoridades busquem soluções práticas para ao menos minimizar toda esta majoração”, completa.

Na semana passada, quando o terceiro aumento ao diesel em menos de um mês foi anunciado, muitos revendedores quiseram antecipar as compras para pagar o preço sem reajuste a assim garantir, por pelo menos mais uma semana – que seria esta – preços antigos ao consumidor. A estratégia permitiria maior competitividade do revendedor e economia ao consumidor. No entanto, o planejamento pôde ser aplicado e o novo preço começa a chegar, especialmente nos postos de rodovia onde a demanda por diesel é maior.

A Petrobras elevou em 6% o preço nas refinarias e a expectativa é que, em Mato Grosso, o valor fique acima de R$ 2,37, considerando a cotação média da semana passada nas bombas, R$ 2,29, mais o reajuste aplicado pelas distribuidoras.

Fonte: Diário de Cuiabá