O governo
de São Paulo disse ontem que não esgotou os estudos para definir quais trechos
urbanos de rodovias concedidas terão cobrança de pedágio a partir da
implantação do sistema eletrônico.
Entre as
ferramentas estão uma pesquisa de origem e destino, que vai mapear pontos de
todo o Estado, além dos dados colhidos nos testes feitos em Itatiba e
Indaiatuba.
A
afirmação foi feita após reportagem da Folha mostrar que a implantação do
sistema em todo o Estado -como quer o governo- vai ter como impacto a taxação
de veículos em trechos urbanos que hoje não são pedagiados.
Candidatos
a prefeito exploraram a medida politicamente, como Fernando Haddad (PT) e Celso
Russomanno (PRB), o que levou o governador Geraldo Alckmin (PSDB) a defender o
modelo.
O novo
sistema, previsto para 2014, prevê cobrança por meio da leitura de chips em
veículos e ampliará o total de carros tarifados e a extensão da via pedagiada.
Segundo
Karla Bertocco Trindade, diretora-geral da Artesp (agência de transportes do
Estado), não é possível apontar quais trechos serão tarifados, porque o governo
está empenhado em levantar dados básicos para orientar a implantação do
sistema.
Entre
eles estão definições de custo, de tecnologia e de ritmo da implantação, que
pode ter uma transição, com dois sistemas -manual e eletrônico- operando
juntos.
"Com
as conclusões e uma pesquisa de origem e destino, vou conseguir dizer para o
governador quais são as alternativas para os pontos que a gente achar mais
difícil."
Em
entrevista anterior, Karla havia citado como "pontos críticos"
trechos como os das rodovias Anchieta, entre a capital e São Bernardo do Campo,
e o da Dom Pedro 1º, em Campinas, que serve de acesso à Unicamp.
Segundo
ela, vários fatores serão levados em conta em trechos urbanos, como a
sobrecarga da rodovia com viagens de curta distância e a existência de vias
marginais. "Pode ser que um trecho urbano entre e outro, não. Vamos
analisar caso a caso."
Ela
listou alternativas para esses trechos, como isentar a cobrança dentro das
cidades, construir vias marginais e repassar a gestão de trechos aos municípios
-todas citadas na reportagem.
TARIFA
MENOR
Tanto ela
quanto Alckmin enfatizaram que o pedágio eletrônico visa reduzir tarifa e
tornar a cobrança mais justa, com pagamento por km rodado, mas ambos admitem
que mais gente terá de pagar.
"Pode
ter casos de pessoas que (...) não pagavam nada e passarão a pagar um
pouquinho. Mas o objetivo é reduzir tarifa, não aumentar", disse Alckmin
ao portal Terra.
Fonte: Folha de S.Paulo