sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Nova greve complica refino da Petrobras


Uma nova greve no Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro), anunciada na sexta-feira passada (8), é apenas mais um capítulo da série de obstáculos que a Petrobras vem enfrentando na área de refino, cujo principal vilão é o controle de preços pelo governo, dizem analistas.

Esta é a sexta greve na unidade, que já deveria estar em operação desde 2012, ajudando a amenizar a necessidade de importação de diesel pela estatal, prática que junto com a importação de gasolina vem sangrando seu caixa nos últimos dois anos.

No balanço de 2012, a área de abastecimento, responsável pelas importações de derivados de petróleo, teve prejuízo de R$ 23 bilhões, acendendo a luz vermelha no mercado e contribuindo para que a empresa registrasse o pior lucro em oito anos.

Para 2013, a previsão da presidente da empresa, Graça Foster, é de um ano ainda mais difícil do que o ano passado. A perspectiva para o consumo interno de combustíveis este ano é de um aumento de 4%, e nenhuma gota a mais de petróleo pode ser refinada no país.

No momento, as 12 refinarias da empresa operam com 98% da sua capacidade, acima do ideal de 90% praticado pela indústria.

De acordo com o analista da Corretora Geração Futuro, Lucas Brendler, a transformação da Petrobras de exportadora de gasolina até 2009 para uma empresa com deficit na balança comercial nos últimos dois anos é reflexo do crescimento da frota de veículos no país e do aumento de renda do trabalhador, agravado pela falta de repasse do preço externo para os combustíveis vendidos pela Petrobras no Brasil.

A empresa investiu na modernização do seu parque de refino, que datava da década de 1970, mas não se preocupou em aumentar expressivamente a oferta, disse.

"No passado, a Petrobras jogou a maioria das suas fichas na produção de petróleo, cujo retorno é bem maior. A margem de refino é de no máximo 10% e a de produção de petróleo de 50%", informou Brendler.

OPÇÃO

Levantamento feito pelo banco Credit Suisse conclui que é melhor para a Petrobras construir refinarias a importar derivados.

Emerson Leite, um dos autores do estudo, alerta, entretanto, que mesmo se a empresa já tivesse construído refinarias capazes de processar todo o petróleo que o Brasil consome, o controle de preços do governo continuaria a prejudicar as contas da empresa.

"O problema não é investir em refino, mas sim não ter preço de mercado. A conclusão é que construindo a refinaria a empresa perde menos do que importando, mas a margem de refino não tem sido suficiente para compensar a construção, por causa do controle do governo", explicou o analista.

Fonte.: Folha de S. Paulo

Concessão faz 5 anos sem o que comemorar


Há exatos cinco anos o então presidente Lula assinou contrato em que o governo federal concedia para iniciativa privada a exploração, com direito a praças de pedágio, do trecho paulista da BR-153. Seria a solução para rodovia esburacada e sem duplicação. A concessionária Transbrasiliana explora a rodovia. De 136 quilômetros da região, apenas cinco, perto da represa de Rio Preto, são duplicados. A concessão faz aniversário com quase nada para ser comemorado.

A sonhada duplicação da rodovia ainda não chegou e o número de acidentes e mortes aumenta. Nos últimos cinco anos, cerca de 180 pessoas perderam a vida na BR-153 na região de Rio Preto. Os números impressionam. Entre 2008 e novembro de 2012 ocorreram mais de 4 mil acidentes no trecho da BR que passa pela região. Os acidentes ainda deixaram cerca de 2 mil feridos. No ano passado, 180 pessoas morreram depois de acidentes na rodovia. Neste ano, já são 5 mortos na região.

Em meio à concessão, já estava previsto que trecho de 17 quilômetro da BR-153, que passa dentro de Rio Preto, seria duplicado pelo governo federal. A obra jamais saiu do papel, apesar de promessas repetidas ano após ano. Depois de idas e vindas, a esperança agora é que a duplicação saia pelo PAC.

Os motoristas que diariamente pagam para utilizar a rodovia acumulam críticas e vivem apreensão, quando passam pela BR-153, chamada por muitos de “rodovia da morte”. “Os buracos estão abrindo novamente e nós pagamos para andar em cima deles”, diz o caminhoneiro Ari Paulo da Silva. . Roberto Carlos Almeida Martins, também caminhoneiro, reclama dos buracos na pista na região de José Bonifácio e da falta de duplicação. “Vemos em outras regiões do país que onde é duplicado têm menos risco e acidentes”, afirma Martins. Ele também reclama de das lombadas eletrônicas e radares que estão desligados na BR-153. Eles foram instalados há cerca de seis meses. Amélito Fidelis trafega regularmente pela BR 153 e diz ser um absurdo a concessionária “lucrar e não fazer a terceira faixa”.

O contrato de concessão da rodovia é fiscalizado pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres). O contrato prevê série de obras. Um trecho na entrada de Rio Preto, no quilômetro 51, deveria ser duplicado a partir do quarto ano da concessão, segundo o documento da ANTT. A obra ainda não foi iniciada.

A concessão ainda prevê duplicação de trecho de 34 quilômetros, desde distrito industrial de Rio Preto até a região de Nova Aliança. Nada foi duplicado nesse trecho, fora trevo em Bady Bassitt, em obra realizada pelo governo federal.

No contrato de concessão ainda está previsto construção de trevos, perto do entroncracamento com a rodovia Assis Chateaubriand, mas a obra só devem começar no 13º ano da concessão. Ou seja, em 2021.
Em contrapartida, logo no primeiro da concessão, em dezembro de 2008, a concessionária começou a cobrar pedágio. No trecho da BR-153 que corta o estado de São Paulo há quatro praças de pedágio. O valor da tarifa, que era de R$ 2,60 hoje é de R$ 3,30. Por ano cerca de 7,5 milhões de veículos pagam pedágio nas duas praças na região, em Onda Verde e José Bonifácio.

Outro lado

O BOM DIA encaminhou ontem cinco e-mails para a assessoria da Transbrasiliana, em que pedia detalhes sobre investimentos e obras previstas na rodovia. A assessoria da concessionária disse que o sistema da empresa estava com problemas para receber e-mail. O BOM DIA ligou novamente no final da tarde, mas não conseguiu respostas da assessoria.

Movimento duplica já duvida de obra no PAC e cobra deputados da região

Integrante do Movimento Duplica Já BR-153, Ayrton Vignola afirma que acompanhou recentes anúncios sobre obras do PAC e que em nenhum está previsto duplicação da BR. Ele cobra que deputados da região se empenhem para conseguir recursos para a rodovia. “O grupo do Duplica Já tenta entrar em contato com os deputados que apoiaram a questão nos últimos meses mas não são atendidos.”

Nem decisão da Justiça garante obras

Nem mesmo por força da Justiça a BR-153 foi duplicada. A Justiça Federal de Rio Preto determinou a duplicação de trechos críticos da rodovia e até construção de novos trevos. O governo federal consguiu liminar para derrubar a decisão. O recurso está parado na Justiça Federal em Brasília desde março de 2012.

Verba de R$ 55 mi se perde e PAC vira esperança de novo

Todo ano é a mesma coisa. Promessas de duplicação do trecho de 17 quilômetros que da BR-153 que passa por Rio Preto nunca saem do papel. No ano passado, por exemplo, o Orçamento do governo federal reservou R$ 55 milhões para a duplicação. O valor seria suficiente para iniciar a obra, avaliada em cerca de R$ 180 milhões. O superintendente do Dnit (Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes), Ricardo Madalena, chegou a anunciar até contratação de empresa que iria avaliar as áreas que deveriam ser desapropriadas com a duplicação.

O prefeito Valdomiro Lopes (PSB) afirmou que havia até reservado local para ser canteiro de obras. No entanto, o Dnit, em Brasília, apontou série de falhas no projeto da prefeitura. Em outubro, outro relatório apontou 88 falhas. Na ocasião, o órgão, culpou o município pelo atraso. Ontem, a assessoria da autarquia confirmou que a verba de R$ 55 milhões foi perdida. O Ministério do Planejamento informou ontem que “dificilmente” nova obra deve ser incluída no PAC. A assesoria da pasta ainda informou que não há verba prevista para a BR-153 no orçamento deste ano. A esperança da prefeitura agora é que a duplicação seja incluída no PAC, do governo federal. “Se entrar no PAC não corre risco de perder recurso”, disse o secretário de Planejamento, Milton Assis. Dilma afirmou, em visita a Rio Preto, em agosto do ano passado, na entrega de casas no Nova Esperança. Nós iremos fazer a BR-153. Eu asseguro a vocês”, afirmou Dilma à época.

A presidente é esperada em Rio Preto ainda neste mês para inaugurar obra contra enchente. A expectativa é que Dilma anuncie, de novo, a duplicação.

Fonte.: Bom Dia


quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Governo garante 700 maquinários para atuar em atoleiros da MT-170


O Rio Vermelho, na Região Noroeste do Estado continua alto, isolando famílias nas cidades de Aripuanã, Juruena e Castanheira. Filas de caminhões se formam nos atoleiros da MT-170. Por conta da situação, os prefeitos dos municípios se reuniram na tarde de quarta-feira (13) com o governador Silval Barbosa, que determinou medida emergencial para a região. Conforme o governo, serão mobilizadas as 24 patrulhas existentes no Estado e mais de 700 maquinários cedidos em comodato aos municípios. Além disso, segundo o governador, será doará óleo diesel às prefeituras.

Entretanto, o secretário de Estado de Transporte e Pavimentação Urbana (Setpu), Cinésio Oliveira, disse que os trabalhos nessas áreas vão iniciar quando a chuva diminuir. “Agora não há o que fazer. Até temos uma equipe próxima para dar socorro, mas não tem o que fazer”, pontuou.
Muitos caminhoneiros estão parados em meio a lama há duas semanas em trechos intransitáveis da MT-170. 

Pelo menos 20 deles estão na fila de aproximadamente 300 metros junto a carros de passeio, caminhonetes e motocicletas desde, a cerca de 20 km do município de Castanheira, 780 km de distância de Cuiabá.

Eles estão impedidos de seguir viagem devido aos atoleiros da via não-pavimentada e ao comprometimento da ponte de madeira sobre o rio Vermelho, cujo nível subiu devido às chuvas constantes dos últimos dias, as quais chegaram ao ponto de alagar a estrutura e danificar as cabeceiras.

Antes de chegar à ponte, com sentido a Castanheira, a passagem pela rodovia tem sido complicada tanto para veículos pesados quanto leves nos últimos dez dias. Os caminhões, carregados ou não, facilmente se atolam no lamaçal. Alguns caminhoneiros têm se unido para puxar uns aos outros, mas nem motocicletas conseguem vencer os trechos mais críticos.

Fonte.: G1


Fretes já estão 21% mais caros


A colheita da soja ainda está na fase inicial na região Centro-Oeste, onde os trabalhos começam mais cedo, mas os valores dos fretes já subiram 21%. O aumento foi provocado pela maior demanda para transporte da safra recorde de grãos e também pela alta nos custos, em função da nova Lei dos Caminhoneiros, que obriga as empresas a conceder aos motoristas um período de descanso de 30 minutos a cada quatro horas de viagem e repouso de 11 horas ao fim da jornada diária.

Um levantamento feito pela Associação Nacional dos Exportadores de Cereais e Algodão (Anec) junto às tradings e cerealistas mostrou que o valor do frete para transporte de grãos até os portos passou de US$ 81/tonelada na safra passada para US$ 98/tonelada nesta safra. Segundo o diretor executivo da Anec, Sérgio Mendes, em função das deficiências logísticas o frete pago para transporte de grãos no Brasil é 6,5 vezes superior aos valores praticados nos Estados Unidos e na Argentina.

O aumento de 5,4% no preço do diesel nas refinarias, anunciado recentemente pelo governo federal, deve ter impacto relativo no valor de frete, segundo Sérgio Mendes. Ele lembra que muitos contratos foram fechados no início do segundo semestre do ano passado e que o diesel faz parte dos custos variáveis do frete, que correspondem a 39% do total. "Para quem não fechou contrato, a alta do diesel será uma injeção na veia, vai direto para o custo final", diz ele.

Mendes diz que o setor torce para que tudo corra dentro da normalidade, sem greves ou problemas climáticos que possam prejudicar o fluxo dos caminhões, para que o Brasil consiga exportar o volume recorde previsto de 39 milhões a 40 milhões de toneladas de soja em grão, além de outras 18 milhões de toneladas de milho. Ele observa que o volume de milho será inferior ao da safra passada, que atingiu 22 milhões de toneladas, mas será bem superior ao recorde anterior de 11 milhões de toneladas registrado na safra 2009/10.

O problema no Brasil, diz ele, é a dependência do transporte rodoviário, que não é o mais indicado para grandes distâncias. Nesses casos, as cargas deveriam ser transportadas por hidrovias ou ferrovias. Segundo a Anec, cerca de 53% da safra brasileira é transportada por rodovia, 36% por ferrovia e apenas 11% hidrovia. Nos Estados Unidos a hidrovia é responsável por 60% do escoamento e as ferrovias, por 35%, restando apenas 5% para o meio rodoviário.

O dirigente comentou que o setor privado está conversando com a Casa Civil para tentar amenizar o impacto da nova Lei dos Caminhoneiros no custo de transporte da safra. Existe movimentação de parlamentares no Congresso Nacional para que o governo edite uma nova Medida Provisória que daria prazo de até cinco anos para que o setor privado possa se adaptar às exigências da nova legislação, como a construção das áreas de descanso ao longo das rodovias federais.

Sérgio Mendes elogiou a medida adotada pelo porto de Paranaguá de disciplinar o fluxo de caminhões, liberando apenas aqueles cuja carga já tem navio programado para embarque. Ele diz que medida reduzirá a pressão sobre o porto, mas observa que, devido ao fato de cada navio representar o descarregamento de duas mil carretas, caso chova por dois dias seguidos, interrompendo os trabalhos, podem se formar filas de 60 quilômetros ao longo da estrada. "Se chover seis dias as filas chegam a Curitiba", diz ele.

Fonte.: Cruzeiro do Sul