No Brasil, os únicos que comemoram a ineficiência e a escassez dos
postos de pesagem em rodovias (as populares balanças) são os infratores que
ultrapassam o limite de peso. O Departamento Nacional de Infraestrutura de
Transportes (Dnit) pretende agradar ao grupo contrário, que quer estradas sem
buracos ou imperfeições, mas sem retardar ainda mais o transporte de cargas
no País.
A pasta almeja alcançar essa meta ambiciosa por meio de um novo
modelo, com o Posto Integrado Automatizado de Fiscalização (Piaf). A proposta
é implementar uma estação de controle em pista (antes do posto de
fiscalização), na qual um dispositivo instalado na própria estrada indicará
os veículos com excesso de peso, sem que esses precisem diminuir a
velocidade. Em um centro de controle operacional, agentes de trânsito
realizarão o monitoramento e o acompanhamento remoto dos Piafs. Ou seja,
dispensa a presença física do agente. Somente serão parados os veículos que
terão que passar por ações administrativas (transbordo ou remanejamento).
O coordenador-geral de Operações Rodoviárias do Dnit, Romeu Scheibe
Neto, lembra que resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) concede
uma tolerância que permite ao caminhão passar em até 7,5% o limite de peso
por eixo. Com o novo sistema, quando um veículo superar em até 5% essa
tolerância (um percentual que já acarretaria multa ao motorista, mas que
possibilitaria prosseguir a viagem sem maiores riscos) não seria necessário
pará-lo. A cobrança da infração poderia ser realizada posteriormente, como é
feito com os veículos leves flagrados pelos pardais, por exemplo. Neto
informa que cerca de 70% dos veículos que são pesados e apresentam excesso
estão dentro dessa faixa.
O coordenador-geral de Operações Rodoviárias do Dnit admite que o
processo de fiscalização hoje é lento e ineficiente. “O desafio é minimizar o
tempo de parada”, afirma o dirigente. O cálculo é de que a frota nacional de
carga fique parada em torno de 800 horas por ano, devido às fiscalizações. No
entanto, Neto adianta que, para vigorar o novo modelo, serão necessárias
adequações de resoluções do Contran, que já estão sendo negociadas.
Ele recorda que a primeira etapa do Plano Nacional de Pesagem
viabilizou a implantação de 73 balanças, sendo 42 fixas, que operam 24 horas
por dia, e 31 móveis, que funcionam oito horas diárias.
O dirigente admite
que ainda é pouco. A segunda fase do programa previa a construção de mais 94
postos de pesagem fixos e outros 67 móveis. Contudo, a Controladoria-Geral da
União detectou vícios de origem, e o processo de licitação foi revogado.
Agora, o foco é lançar nos próximos meses editais para a instalação de
35 Piafs e para reformar os 73 postos de pesagem implementados. Em um
primeiro momento, até outubro, deverão ser contemplados 18 Piafs. O
anteprojeto da iniciativa já foi finalizado, e a empresa que ganhar a
concorrência terá que ofertar a tecnologia. Além do controle de pista, a
solução terá outros serviços agregados, como a contagem de tráfego.
Em 2012, foram cerca de 10,8 milhões de veículos fiscalizados no País
quanto ao peso e foram feitas 528 mil autuações. Até julho deste ano, foram
aproximadamente 6 milhões de verificações e 359 mil notificações. Neto foi um
dos palestrantes do 8º Congresso Brasileiro de Rodovias e Concessões
(CBR&C) e da 8ª Exposição Internacional de Produtos para Rodovias
(Brasvias), encerrados ontem, em Santos.
Coibição do excesso pouparia bilhões, diz especialista
O Brasil, no ano passado, verificava em torno de 220 mil quilômetros
de rodovias pavimentadas, 13,9% da rede total. O integrante do Laboratório de
Sistemas de Transportes (Lastran) da Ufrgs e doutor em transporte João
Fortini Albano estima que o patrimônio composto por essas estradas equivale a
cerca de R$ 330 bilhões. Se toda essa malha pavimentada fosse protegida por
pesagem, o especialista calcula em R$ 2 bilhões anuais a economia.
Segundo Albano, a frota nacional de carga é composta por cerca de 1,9
milhão de veículos, com uma média de 12 anos (cerca de 16 anos os caminhões
de autônomos e de oito anos a frota das empresas). O representante do Lastran
defende que a solução para o excesso de peso desses veículos passa pela
fiscalização e conscientização. O objetivo é demonstrar aos infratores os
benefícios de preservar o pavimento para não prejudicar os transportes
futuros e economizar na manutenção dos veículos.
Para Albano, o plano de pesagem já deveria estar funcionado.
Particularmente, quanto ao planejamento estadual no Rio Grande do Sul, o
pesquisador lamenta que os projetos estejam “na gaveta” há anos. Porém, ele
acredita que, se a iniciativa federal (Piafs) tiver sucesso, os estados terão
que adotar algo semelhante, porque os caminhões que praticarem abuso de peso
procurarão as estradas sob responsabilidade regional.
Sobre o Projeto de Lei 3833/08, do deputado Valdir Colatto (PMDB-SC),
que passa a tolerância de excesso de 7,5% para 10%, Albano não descarta a
possibilidade de que sejam movidas ações pelo Ministério Público para
contestar essa intenção. “Precisamos de gente mais interessada em proteger as
rodovias do que em estragar.”
A professora da Universidade de São Paulo (USP) especialista na área
de infraestrutura de transporte Liedi Bariani Bernucci adverte que, se
ocorrer a elevação para 10%, uma rodovia hipotética que teria 15 anos de vida
útil previstos cairia para 11 anos, pelo menos. Liedi alerta que os danos nos
pavimentos das estradas não são lineares quanto ao abuso de peso, é uma
proporção exponencial. Por exemplo, um caminhão com 12 toneladas no eixo
traseiro, ao invés de 10 toneladas, que seria o máximo legal, ultrapassaria
em apenas 20% o limite. Entretanto, a estimativa de dano no pavimento aumentaria
em 107%.
Com carga acima do limite legal, ocorrem mais trincamentos,
deformações e buracos, elevando os custos com restaurações. Liedi reitera que
a resolução do Contran admite 7,5% de tolerância, contudo muitos
caminhoneiros não estão pensando nesse percentual como “tolerância” e
aproveitam para carregar ainda mais os veículos. Além dos gastos com
pavimentos, o peso em demasia gera perigo de acidentes mais graves e aumenta
a emissão de CO2.
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Fonte.: Jornal do Comércio/RS
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Criada em 1989 a RDC dedica-se ao desenvolvimento de soluções integradas de softwares de gestão corporativa e logística para o mercado latino americano. Empresa genuinamente brasileira, a RDC busca atender às necessidades específicas de seus clientes. Como consequência conquistou a liderança nacional em soluções para o setor de armazenamento, movimentação e distribuição de veículos zero km.
sexta-feira, 16 de agosto de 2013
Dnit pretende agilizar o sistema de pesagem
Prefeitos da Baixada Santista querem mais agilidade nas soluções dos gargalos logísticos
Mais de um quarto da balança comercial do país passa pelo complexo
portuário de Santos. De acordo com os dados consolidados pela Codesp
(Companhia Docas do Estado de São Paulo), em 2012, 25,8% da movimentação das
trocas comerciais brasileiras (R$ 465,7 bilhões) aconteceram no Porto de
Santos. O novo recorde deixou o Porto isolado na liderança do ranking, mas os
gradativos ganhos também aumentaram os gargalos logísticos e trouxeram
problemas à Baixada Santista.
No último ano, a região foi sufocada pela falta de infraestrutura
adequada para o escoamento da safra agrícola e de outras mercadorias. Com os
prejuízos, tanto à operação portuária quanto às cidades, governos municipais,
estaduais e federais estipularam metas e investimentos para melhorar o fluxo
de mercadorias até os terminais. “De imediato, instituímos um Plano de
Contingências em Situação de Crise. Com ele, toda vez que ocorrer
congestionamentos por caminhões, temos acesso às câmeras de monitoramento e
podemos acompanhar a solução em tempo real. Estamos atuando, inclusive,
multando os terminais que trazem mais caminhões do que têm capacidade de
operar”, destaca o prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa.
A organização do sistema de logística dos terminais portuários (que
agora utilizam um sistema on line para registro da movimentação dos
caminhões) é apontada pelos prefeitos de Santos, Cubatão, Guarujá e Praia
Grande como a solução, a curto prazo, para os transtornos observados nas
rodovias de acesso e refletidos na rotina das cidades. A prefeita de Cubatão,
Márcia Rosa Silva, lembra que os impactos já vêm sendo comunicados há tempos
às autoridades. “Cubatão é uma cidade não só atravessada, mas segmentada
pelas rodovias e ferrovias. Quando a rodovia para por causa de um congestionamento,
a cidade para junto, pois os moradores não conseguem se locomover”, diz.
O recém criado Gabinete de Gestão de Crise, da Prefeitura de Guarujá,
tem sido responsável pelas principais ações emergenciais para solucionar os
problemas do trânsito no município. “O órgão foi essencial para equacionar a
logística viária e portuária na crise da supersafra, em maio deste ano, e
voltou a atuar firmemente na segunda quinzena de julho, quando novamente a
cidade foi invadida pelos caminhões”, lembra a prefeita Maria Antonieta. Ela
ainda destaca que os agentes da Guarda Civil Municipal se revezam, em plantões,
para controlar e monitorar a Rua Idalino Pinez (Rua do Adubo) e entorno.
O governante de Praia Grande, Alberto Mourão, também alerta para os
reflexos dessa relação porto/cidade, e diz que toda a região sente as
dificuldades. “Quando o porto praticamente se limitava a Santos e as cidades
do entorno não eram tão urbanizadas, tão populosas e não eram conurbadas, não
havia todo esse impacto. Isso também decorre do fato de o transporte
rodoviário ter sido estabelecido como matriz principal da logística, uma matriz
que não foi modernizada ao longo dos anos”, destaca Mourão.
Em maio, a prefeitura de Cubatão regulamentou o funcionamento dos
pátios reguladores do município. O resultado? Mais de 51 quilômetros de
congestionamentos e a necessidade de se formar uma comissão de gerenciamento
logístico integrado e algumas obras, como as da Rodovia Cônego Domênico
Rangoni - que acabou sendo “agilizada”, lembra a prefeita, Márcia Rosa.
Soluções rápidas – A criação de pátios reguladores, destacada por
Cubatão e já sinalizada pela concessionária que administra o sistema
Anchieta-Imigrantes e pela Codesp, é tida como uma das metas a curto prazo.
“Precisamos agilizar essa questão – fundamental – até que as obras de
infraestrutura estejam concluídas”, defende a prefeita cubatense. Já para
Mourão, além dos pátios é preciso agilizar as obras para a implantação do
ferroanel. “O transporte ferroviário, que hoje responde por menos de 5% do
total de carga transportada no país, passará a ser prioritário”, alerta.
Enquanto a mudança da matriz de transporte não é definitivamente
incorporada, os esforços concentram-se no gerenciamento do fluxo de caminhões
rumo aos terminais. “Os terminais estavam recebendo mais cargas do que a
capacidade de movimentação. A alternativa de imediato, e que surtiu um efeito
prático, foi a organização do sistema de logística dos terminais. A
autoridade portuária obrigou os terminais a informar com antecedência suas
programações logísticas, o que permite fiscalizar se este agendamento está
sendo respeitado”, destaca o prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa, que
ainda alerta para possíveis penalizações. “A Procuradoria Geral do Município
já sugeriu alterações no Código de Posturas, que será encaminhada à Câmara,
para permitir uma atuação mais efetiva. Os terminais que provocarem
transtornos à cidade poderão até ter o alvará de funcionamento cassado”,
alerta.
Já Guarujá, investe na construção de um novo acesso provisório ligando
a Rodovia Cônego Domênico Rangoni e Avenida Santos Dumont. “Esta solução
encontrada pela Prefeitura, Codesp e empresas do Porto deverá diminuir em 40%
o fluxo de caminhões na Rua do Adubo, já que os veículos com grãos deverão
ser destinados a este novo acesso, que fica próximo às empresas que trabalham
com este tipo de material”, explica Maria Antonieta. A obra será custeada
pelas próprias empresas portuárias, com um projeto formulado pela Prefeitura
de Guarujá.
Os problemas logísticos decorrentes do cais santista são tema de uma
mesa redonda com a presença dos governos municipais durante o Santos Export –
Fórum Internacional para Expansão do Porto de Santos, que acontece nos
próximos dias 26 e 27 de agosto, em Santos.
Retranca: Municípios defendem planejamento metropolitano
Os prefeitos de Santos, Cubatão, Guarujá e Praia Grande são unânimes
ao defender que as soluções para a região partem de um planejamento
metropolitano. “As necessidades e as soluções do Porto devem ser pensadas de
forma macro. As ações passam por todas as esferas de governo: municipal,
estadual e federal”, destaca Paulo Alexandre Barbosa.
Para Márcia Rosa, problemas metropolitanos precisam de soluções
metropolitanas. “Precisamos reformular nossas políticas e nossos órgãos
metropolitanos, como a AGEM (Agência Metropolitana da Baixada Santista) e o
Condesb (Conselho de Desenvolvimento da Baixada Santista), que precisam
ganhar mais autonomia e recursos para atuarem no desenvolvimento na região em
todas as suas áreas”, destaca a prefeita.
Defensor de mais investimentos e com mais agilidade, o prefeito de
Praia Grande vai além e diz que o Porto de Santos tem que ser visto como
solução para a região, para o estado e para o país. “A nossa região deveria
ter benefícios, mas não é o que ocorre hoje. Se Santos, Cubatão e Guarujá têm
os maiores PIBs do Brasil, isso não se traduz em ganhos, em mais empregos, em
qualidade de vida na região. É preciso um planejamento regional de maior
aproveitamento”, diz Mourão, que ainda alerta:
“Nosso grande desafio regional
é fazer com que a vocação retroportuária se concretize com resultados e
benefícios, não problemas, aos moradores”.
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Fonte.: Segs
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Câmara aprova exigência de barras de proteção em veículos de carga
A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) aprovou na
quarta-feira (14) a exigência de barras laterais de proteção entre eixos nos
veículos de carga de grande porte, reboques e semi-reboques. O objetivo é
reduzir o risco de morte dos ocupantes de automóveis que colidem lateralmente
com veículos maiores. Com as barras, é menor a chance de um carro de passeio
acabar embaixo de um caminhão, em caso de acidente.
A medida está prevista no Projeto de Lei 441/07, da deputada Sandra
Rosado (PSB-RN), que havia sido aprovado anteriormente com emendas pela
Comissão de Viação e Transportes. As alterações foram acatadas pela CCJ. A
proposta original previa também barras laterais em automóveis, medida
excluída do texto.
Os veículos em circulação são dispensados da exigência de barras
laterais, com o argumento de que os custos para os proprietários serão muito
altos.
Na CCJ, o projeto recebeu nova emenda para restabelecer o início da
vigência, que será dois anos após a publicação da nova lei.
A matéria recebeu parecer favorável do relator na CCJ, deputado Arthur
Oliveira Maia (PMDB-BA).
Como tramita em caráter conclusivo, seguirá
diretamente para o Senado, a menos que haja recurso para que seja analisado
também pelo Plenário.
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Fonte.: Agência Câmara
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quinta-feira, 15 de agosto de 2013
Obras do Rodoanel Trecho Leste interditam Avenida Brasil em Suzano
O avanço das obras do Trecho Leste do Rodoanel Mário Covas começa a
interferir no trânsito de Suzano. Parte da Avenida Brasil, sentido Poá, foi
interditada para que a concessionária de energia elétrica possa modificar a
fiação na via, que deve se tornar subterrânea neste trecho.
Os motoristas estão dividindo a pista que segue para Suzano mas,
segundo a concessionária, em breve os dois sentidos devem ser totalmente
interditados para que a empresa responsável pela construção do Rodoanel possa
colocar pilastras de sustentação. A concessionária que administra o Rodoanel
não estipulou um prazo para que as obras sejam concluídas.
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Fonte.: G1
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