O número
de mortes nas rodovias do Sistema Anchieta-Imigrantes teve queda de 23,6% no
primeiro semestre deste ano na comparação com o mesmo período de 2011, passando
de 55 para 42. Além das vias homônimas, as estatísticas incluem as outras
rodovias do sistema: Cônego Domênico Rangoni e Padre Manoel da Nóbrega.
Apesar da
diminuição nos casos fatais, a quantidade total de ocorrências teve aumento de
2,4%, passando de 2.206 para 2.259 nas duas rodovias que ligam a região à
Baixada Santista. A alta foi puxada pela Anchieta, que passou de 1.205
acidentes para 1.296 - 7,5% a mais que nos seis primeiros meses do ano passado.
Já na Imigrantes, foi registrada queda de 3,8%, de 1.001 para 963. Das 42
mortes, 14 foram por atropelamento - mesmo número do primeiro semestre de 2011.
Para o
coordenador do Programa de Redução de Acidentes da Ecovias, Ronaldo Marangon, o
aumento nos acidentes na Anchieta se deve aos congestionamentos registrados no
trecho de planalto. "A maioria são casos sem gravidade, como pequenas
colisões traseiras e laterais."
Marangon
atribui a diminuição das mortes a ações tomadas pela concessionária no último
ano, como a instalação de radar para fiscalizar caminhões na faixa da esquerda
na Imigrantes. O equipamento foi colocado no km 48 da Pista Norte, sentido
Capital. Outra medida, adotada no início deste ano, foi a mudança do limite de
velocidade no trecho de serra das duas rodovias em caso de neblina. Nessas
circunstâncias, quando a visibilidade for inferior a 100 metros, o motorista só
pode subir a, no máximo, 40 km/h.
"Esperamos
reduzir ainda mais esse número, com a diminuição no limite de velocidade da
Imigrantes na chegada à Capital", afirma o coordenador. A partir do dia
1º, motoristas que passarem a mais de 110 km/h entre os kms 18 e 11 da Pista
Norte serão multados. Antes da mudança, a velocidade máxima era de 120 km/h. A
concessionária também aguarda da Artesp (Agência Reguladora dos Transportes no
Estado de São Paulo) permissão para instalar outro radar para caminhões no Km
52.
ENGAVETAMENTO
Em
setembro do ano passado, foi registrado o maior engavetamento da história da
Imigrantes. O acidente ocorreu na altura do km 41 da rodovia, envolveu 103
veículos e deixou 52 feridos. Uma pessoa morreu.
Metade
dos mortos no Rodoanel é atropelado
Das
quatro pessoas que perderam a vida no Trecho Sul do Rodoanel no semestre
passado, metade foi vítima de atropelamento. No período, o segmento do anel
viário que atende ao Grande ABC registrou cerca de 290 acidentes, de acordo com
a concessionária SPMar. A empresa não possui dados referentes aos seis
primeiros meses de 2011, já que iniciou a operação na rodovia em abril. A via
foi aberta ao tráfego em abril de 2010 e, antes da concessão, era administrada
pela Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S.A.).
"O
número de atropelamentos é baixo, mas é representativo se comparado ao número
total de mortes no trecho", avalia o gerente de operações da SPMar,
Alberto Lodi. O representante da empresa informa que, dos dois casos, um
envolveu criança que morava nas proximidades da rodovia, e invadiu a pista para
buscar uma pipa.
Lodi
explica que não há estudos sobre a construção de passarelas no Trecho Sul.
"Nem sempre o problema é de travessia. Existem os andarilhos, que caminham
pela via longitudinalmente."
Outro
problema apontado pelo gerente é referente ao tráfego não motorizado, como os
ciclistas e veículos de tração animal que andam pelo acostamento. "A
imprudência também é preocupante, como o excesso de velocidade", comenta
Lodi. Segundo ele, a maioria dos acidentes é de colisão traseira, além de
choques com objetos parados às margens da pista.
Segundo a
concessionária, 56% dos acidentes registrados envolveram caminhões. Pelos quase
62 quilômetros do trecho, passam nos dias úteis cerca de 96 mil veículos, sendo
35 mil caminhões.
Para
diminuir o número de ocorrências, a SPMar instalou recentemente oito radares de
velocidade ao longo da via, cujo limite máximo é de 100 km/h para automóveis e
80 para veículos comerciais pesados.
Fonte: Diário do Grande ABC