Mais de
60% das cargas transportadas pelo Brasil viajam exclusivamente por rodovias. Em
países também marcados por proporções continentais, como Estados Unidos e
China, a matriz de transporte se mostra mais diversificada, com o modal
rodoviário dividindo espaço com alternativas como ferrovia, dutovia e hidrovia.
Assim, conseguem fazer com que apenas 30% das cargas, aproximadamente, passem
pelas estradas. Já em outros países, como na Rússia, a participação das
rodovias nesse conjunto é ainda menor e chega a ser inferior a 10%.
Estes
números, que deixam em evidência o peso do transporte rodoviário no Brasil, são
mencionados por Luiz Feresin, diretor da consultoria internacional Booz &
Company, ao analisar o potencial de desenvolvimento do setor de logística no
país. A tendência, segundo ele, é que as empresas passem a oferecer serviços
complementares a esse tipo de transporte, como armazenamento de produtos ou
distribuição. Ou, ainda, integrem às rodovias outros tipos de modais. “As empresas
buscam contemplar as várias fases do transporte”, explica. “É uma migração de
transportes para logística, o que leva ao conceito de intermodalidade.” Além
disso, as empresas podem diversificar os serviços oferecidos, de forma a
diminuir a representatividade do transporte rodoviário, que é o modal menos
eficiente e mais agressivo ao meio ambiente.
Este
movimento é percebido ao observar as fusões e aquisições envolvendo empresas do
setor. Em 2011, atingiram a marca recorde de 40 operações, segundo dados da
consultoria KPMG. “Por meio dessas operações, as empresas conseguem
diversificar ou complementar as atividades que já exercem”, destaca Luiz Motta,
sócio da KPMG.
Fonte: Valor Online