Com a
nova legislação que estipula regras para o descanso de caminhoneiros - suspensa
por até 180 dias para que seja realizado um mapeamento das rodovias federais -
a produtividade do setor de agronegócios com operações que dependem do
transporte rodoviário deverá cair 30%, segundo estimativas divulgadas na
quarta-feira (26) pela operadora Luft Agro durante o Global Agribusiness Forum,
evento que reúne empresários, especialistas e representantes da cadeia
produtiva agrícola em São Paulo (SP).
Com as
novas regras - que deveriam passar a valer no início deste mês e estipulam
descanso de 30 min a cada quatro horas trabalhadas, intervalo mínimo de 11h, entre
outras, sob pena de multa de R$ 127,69 mais a perda de cinco pontos na carteira
de habilitação - a empresa de logística estima que o agronegócio será
diretamente afetado. "O impacto será severo, 30% é o estipulado para quem
já trabalhava de acordo com as regras, então, vigentes", disse Luciano
Luft, da Luft Agro. "Para aqueles que dirigiam 20h por dia, a perda será
de 50%".
De acordo
com ele, atualmente, o País possui 1,9 milhão de caminhões em operações - o que
resultaria em uma "perda" de 570 mil caminhões em atividade.
"Temos de pensar em soluções conjuntas, até hoje, cada um (do setor da
agricultura) pensou no seu próprio negócio", disse.
"Temos
de nos organizar e este é o momento de reescrevermos a logística - trens e
hidrovias são opções aos caminhões", afirmou.
Seguindo
o posicionamento, Julio Fontana, presidente da Rumo Logística, afirmou que há
investimentos sendo feitos em ferrovias no País e na resolução dos
"gargalos" em portos, como o de Santos. "No ano passado, metade
do açúcar exportado chegou aos portos por meio de trens", afirmou.
Fonte.: Terra