Seis
meses após o início da restrição à circulação aos caminhões na marginal Tietê,
esses veículos estão voltando, gradualmente, a ocupar a via nos horários
proibidos (das 5h às 9h e 17h às 22h).
Contagem
feita pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) a pedido da Folha mostra
que, desde 5 de março, quando os caminhoneiros passaram a ser fiscalizados e
multados, até 6 de setembro, houve um aumento de 43% no número de caminhões
circulando em horários não permitidos na marginal.
No
primeiro dia de multa, foram 2.457 caminhões nos períodos das 7h às 9h e das
17h às 20h, ambos proibidos para esse tipo de veículo. No dia 6 deste mês, os
desobedientes passaram para 3.898.
No período,
a CET aplicou 72.494 multas pelo desrespeito à restrição. Isso dá uma média de
471 autuações por dia -ou apenas 12% do total de caminhões irregulares.
O número
de carros, de ônibus e de motocicletas também subiu no período.
Comparando-se
com contagem feita em 2010, quando não havia restrições, o número de caminhões
caiu 67% no período das 7h às 9h, mas o dos demais veículos subiu -aumento
médio total de 25%.
Congestionamento
- O resultado é que, apesar da restrição, a lentidão média, tanto na cidade quanto
na marginal Tietê, piorou.
Na
cidade, o trânsito piorou em todos os horários medidos pela CET, das 7h às 20h,
em relação ao mesmo período de 2011, quando não havia restrição na marginal
Tietê.
Já na
marginal, houve melhora de 25% no pico da manhã (7h às 9h) e piora nos demais
períodos. A lentidão na marginal Pinheiros, com restrição desde setembro de
2010, está pior em todo o dia.
Quando a
CET anunciou o programa, disse que esperava um incremento de 20% na velocidade
média na cidade.
Para
especialistas, as restrições são medidas paliativas, de fácil reversão.
"Todo o espaço que os caminhões deixaram, os outros ocuparam
rapidamente", afirma Horácio Figueira, consultor em engenharia de tráfego.
Já a CET
diz que os índices de lentidão estão "dentro da média esperada" e que
"a utilização do viário para o transporte de pessoas em detrimento do
transporte de cargas" está sendo privilegiada, "conforme foi
idealizado".
A
companhia diz ainda que houve redução do número de acidentes com vítimas em 13%
e de caminhões quebrados em 24%. O órgão também atribui a lentidão da cidade ao
"momento de grandes obras", como as do metrô.
Fonte.: Folha de S. Paulo