Eclusa é
uma obra de engenharia hidráulica que possibilita navegar em locais onde há
desnível no leito do rio --ela permite ao barco subir ou descer, conforme o
caso.
A licença
prévia foi pedida à Cetesb (agência ambiental paulista) e pode ser concedida
dentro de um mês.
A eclusa
tornaria navegável um trecho de 14 km do rio, até São Miguel Paulista, no
extremo leste da cidade. Hoje, o Tietê tem 41 km navegáveis, entre a Penha e a
cidade de Santana do Parnaíba.
O projeto
do governo é construir um hidroanel de 170 km ao redor da capital, que
incluiria os rios Tietê e Pinheiros e as represas Billings (zona sul e ABC) e
Taiaçupeba (Suzano). Um canal artificial de 18 km precisará ser feito para
ligar as duas represas.
Embora o
projeto contemple o transporte de passageiros (principalmente nas represas), a
prioridade é transportar lixo, entulhos, material de dragagem do rio, resíduos
da construção civil e lodo retirado das estações de tratamento, além de
produtos hortifrutigranjeiros.
"É
viável a construção do hidroanel. O projeto, se realmente for feito, já se
justifica só pelo transporte de material de dragagem e lodo", diz
Alexandre Delijaicov, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP.
Ele é um
dos pesquisadores que ajudou a elaborar os projetos iniciais --a faculdade
venceu uma licitação.
O
horizonte para concluir o hidroanel é 2045. Mas há obras de curto prazo, que
podem terminar em cinco anos.
A
licitação da eclusa será aberta em breve, segundo Casemiro Tércio Carvalho,
diretor do Departamento Hidroviário de SP. "Estamos terminando os
orçamentos."
No total,
a implantação do hidroanel deve custar algo em torno de R$ 4 bilhões.
Ao longo
da hidrovia estão previstas a construção de 60 ecoportos (que recebem material
já triado), 11 eclusas e 3 portos de destino. "São locais que vão promover
a interligação do barco, do trem e do caminhão", diz Delijaicov.
A
principal vantagem do hidroanel, dizem os técnicos, é retirar das ruas
caminhões que transportam resíduos.
Em alguns
casos, será possível usar os rios como uma espécie de piscinão. "É uma
alternativa contra as enchentes, que poderá ficar mais barata", afirma
Delijaicov.
Fonte.: Jornal Floripa