Depois de
três anúncios frustrados em apenas dois anos, o Departamento Nacional de
Infraestrutura e Transportes (Dnit) se arrisca em marcar uma data para o
projeto de duplicação da BR–381 sair do papel.
De acordo com o superintendente
do órgão, José Maria da Cunha, o edital para contratação da obra será lançado
em setembro. A previsão é que as obras no trecho entre Belo Horizonte e
Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, comecem em março de 2013. Com o novo
anúncio, o órgão admite que apenas oito dos 10 lotes previstos no projeto terão
obra contratada, o que significa a duplicação do traçado existente de 311
quilômetros. Já os lotes nove e 10, que correspondem a uma variante de 45
quilômetros, entre São Gonçalo do Rio Abaixo e Nova Era, ficam fora do pacote.
O trecho que vai desviar a BR-381 de João Monlevade, no Vale do Aço, seria uma
alternativa para reduzir melhorar o fluxo de veículos, mas não tem sequer
projeto ou levantamento de impactos ambientais.
“O Dnit
está concluindo o termo de referência que orienta o processo licitatório e em
aproximadamente 30 dias deverá dar publicidade ao edital. A partir daí as
empresas podem apresentar suas propostas”, afirmou o superintendente. Uma
novidade para a concorrência pública, segundo ele, é que o certame ocorra nos
mesmos moldes dos projetos da Copa do Mundo, que tiveram tramitação mais
célere. “O processo será mais expresso, dentro de uma modalidade
descentralizada em que todas as etapas, que geralmente duravam 180, 240 dias,
possam chegar a 90 dias no máximo”, disse, garantindo estar animado com a
execução da obra.
Sem
arriscar o orçamento total dos serviços, Cunha afirma que a duplicação dos oito
lotes terá prazo de execução de dois a três anos. “Aquela é uma região muito
movimentada. Não podemos causar transtornos para os motoristas nem prejudicar o
uso da rodovia”, informou.
Sobre a
duplicação de outros rodovias importantes em Minas, como a BR–040 nos sentidos
Belo Horizonte/Rio de Janeiro e Belo Horizonte/Brasília, o superintendente
afirmou que estas obras vão ficar à cargo da iniciativa privada. “A 040 está em
processo de concessão. A expectativa é que até o início de 2013 o leilão seja
feito. Temos contratos em vigência para obras de restauração do pavimento
existente”, garantiu. O contrato de concessão está prevista para 25 anos.
Ver para
crer - O engenheiro civil e mestre na área de transportes Silvestre de Andrade
Puty Filho, recebeu com satisfação a notícia de duplicação da BR-381, mas
destacou que prefere ver a obra em curso para comemorar. “Vários anúncios já
foram feitos. Tomara que desta vez o processo seja de fato retomado, já que
esta é certamente a obra rodoviária mais importante do estado”, disse. Sobre a
exclusão da variante, o especialista lamentou: “Infelizmente, duvido que um
novo investimento público seja feito, pelo menos a curto prazo, depois que a
duplicação for concluída”.
Radares a
pleno vapor - Desde segunda-feira, os 213radares instalados em 15 rodovias
federais de Minas estão multando os motoristas infratores. Os equipamentos
fazem parte dos 750 redutores de velocidade instalados pelo Dnit em todo o
país. Do total destinado a Minas, 41 estão na Região Metropolitana de Belo
Horizonte. A instalação dos equipamentos começou a ser feita em fevereiro do
ano passado, mas recursos impetrados pelas empresas que participaram da
concorrência para a prestação do serviço fizeram com que o funcionamento
sofresse atraso de um ano e meio. Até o fim de 2012, a previsão é quemais 208
aparelhos sejam implantados na malha viária que corta Minas, aumentando para
421 o número de radares no estado.
O contrato tem custo de operação e
instalação de R$ 780 milhões no Brasil e de R$ 120 milhões em Minas, unidade da
federação que recebeu o maior número de equipamentos.
Obras em
meio às chuvas - O pacote de obras que prevê reparos dos estragos causados pela
chuva no túnel do Shopping Ponteio, na BR–356, já começa com previsão de se
estender pela estação chuvosa desse ano em algumas áreas. No trecho do centro
de compras, onde parte do muro de contenção e parte da passarela cederam, a
previsão é que as obras comecem em 15 dias, indo até outubro. Mas em outras
intervenções em pontos de erosões e melhorias no viaduto próximo ao BH Shopping
a previsão é de que as máquinas trabalhem até dezembro, prazo que pode ser
estendido a depender da complexidade dos serviços. Os projetos estão orçados em
R$ 3,5 milhões, sendo que o trecho do Ponteio, fechado desde 15 de dezembro,
tem valor estimado em R$ 700 mil.
“As obras
no túnel do Ponteio se encaixam em um cronograma de 60 dias. Já as demais têm
prazo total de 120 dias, que pode se maior. Se não conseguirmos finalizar no
menor prazo, antes das fortes chuvas, as máquinas da empresa vencedora da
licitação vão se manter mobilizadas para resolver qualquer problema”, afirmou o
superintendente do Dnit, José Maria da Cunha. Na avaliação do engenheiro civil
e mestre em Engenharia de Transportes, Silvestre Andrade Puty Filho, o avanço
da obra durante o período chuvoso é consequência do processo burocrático para
licitação da obra.
Segundo
Cunha, a concorrência pública normal deveria ter sido cumprida em 120 dias,
prazo que se esgotou no primeiro semestre, mas houve problemas com documentação
de empresas que tiveram que ser resolvidos.
Fonte: Estado de Minas