À espera
de um sistema que garanta operações de aviões em dias de denso nevoeiro há pelo
menos 15 anos, o aeroporto Salgado Filho verá hoje um avanço nessa rota.
Serão
abertas pela Infraero as propostas da licitação para escolher a empresa
interessada em dar início à primeira fase do processo para receber o ILS
categoria 2, equipamento que permite pousos e decolagens em condições
climáticas adversas.
— Se não
houver recurso, em menos de um mês teremos a empresa escolhida — assegura o
superintendente do aeroporto Salgado Filho, Jorge Herdina.
A empresa
contratada fará o fornecimento e a instalação de luminárias embutidas no eixo
da pista, uma antiga reivindicação para melhorar a operação no terminal.
As
luminárias são necessárias para a Infraero dar início à instalação efetiva do
ILS2 (Instrument Landing System, na sigla em inglês, categoria 2), que tende a
diminuir os fechamentos do Salgado Filho em dias de nevoeiro.
A
implantação do sistema inclui ainda outras duas licitações: uma para o
acostamento e outra para o sistema de luzes do pátio e da pista de táxi (onde
circulam os aviões antes da decolagem e depois do pouso). O custo fica em torno
de R$ 40 milhões.
Ainda
dentro das obras para a chegada do ILS2, em setembro deverá estar pronta a casa
de força, que vai garantir eletricidade para todo o sistema de operação por
instrumento.
Herdina
confirmou que o ILS2 começará a ser instalado antes mesmo da ampliação da pista
de 2,28 mil metros para 3,2 mil metros – projeto que segue ainda em estudos
depois de sucessivos adiamentos.
— Uma
obra irá complementar a outra — explica o superintendente.
Sistema
trará mais segurança quando pronto, diz especialista - A instalação do ILS2
antes da ampliação da pista chegou a gerar controvérsias, em razão do
comprimento limitado e de obstáculos no entorno — como a linha do trensurb,
viadutos e a BR-116.
— O ideal
seria estender a pista e depois instalar o novo sistema. Mas, diante de tanta
espera, talvez seja melhor iniciar de uma vez — afirma o professor Elones
Ribeiro, diretor da Faculdade de Ciências Aeronáuticas da PUCRS.
Com o
novo sistema, passageiros, tripulação e companhias aéreas devem enfrentar menos
contratempos em dias de nevoeiro.
— Os
aeroportos do Sul são os que mais sofrem por falta de visibilidade. Em Porto
Alegre, é inquestionável, por segurança e por estar na rota do Cone Sul — diz
Nicolau Gualda, professor da Escola Politécnica da USP.
Fonte: Zero Hora – RS