O mês de
julho começa com a expectativa de reajuste sobre o preço do litro do óleo
diesel em todo o país. No Estado, a possibilidade foi anunciada no final da
tarde de ontem pelo Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo,
Gás Natural e Biocombustíveis de Mato Grosso (Sindipetróleo). O preço médio do
litro do combustível comercializado, em Mato Grosso, R$ 2,29, é o terceiro mais
caro do Brasil.
Conforme
comunicado da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes
(Fecombustíveis) e distribuído pelo Sindipetróleo, as distribuidoras anunciam
uma elevação média de R$ 0,02 (dois centavos) no preço de custo do litro de
diesel, a partir de 1º de julho de 2012.
A alta
decorre dos maiores valores praticados para o biodiesel no 26º leilão do
produto, realizado pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis (ANP), com o início das entregas previsto para o dia 1º de
julho. A elevação, portanto, nada tem a ver com o reajuste no preço do diesel
na refinaria, anunciado pela Petrobras na semana passada.
O
comportamento da correção no mercado mato-grossense é aguardado pelos
revendedores da mesma forma como é aguardo o desdobramento da alta autorizada
pela Petrobras, em vigor desde o último dia 25. Conforme a estatal a alta nas
refinarias de 3,94% ao diesel e 7,83% para gasolina não deverá ser sentida pelo
consumidor, porque houve redução a zero de um dos principais tributos sobre os
combustíveis, a Cide.
A única certeza é de que havendo repasses por parte das
refinarias e distribuidoras, ele chegará à bomba.
Como
explica a Federação, desde janeiro de 2010, todo diesel rodoviário
comercializado no Brasil possui 5% de biodiesel, o chamado B5.
Segundo o
atual modelo de comercialização de combustíveis no Brasil, o posto revendedor
não pode comprar produto diretamente da refinaria ou das usinas, adquirindo-o
exclusivamente das distribuidoras.
Seus preços, portanto, estão intimamente
atrelados aos praticados por estas companhias.
“Importante
ressaltar que o mercado é livre e competitivo em todos os segmentos, cabendo a
cada distribuidora e posto revendedor decidir se irá repassar ou não ao
consumidor os maiores preços, bem como em qual percentual, de acordo com suas
estruturas de custo”, diz trecho do comunicado. Ainda no texto, a Federação
“entende ser imprescindível manter a sociedade informada, para que a revenda
varejista, face mais visível da cadeia de abastecimento e quem lida diretamente
com o consumidor, não seja responsabilizada por alterações no preço ocorridas
em outras etapas do mercado e que, muitas vezes, são apenas repassadas pelos
postos”.
PESQUISA
- De acordo com a pesquisa sobre preços médios nos estados divulgada ontem pela
ANP, o preço médio no Estado é de R$ 2,29, atrás apenas do Acre com média de R$
2,59 e de Roraima, R$ 2,35.
O levantamento realizado entre os dias 24 a 30
deste mês, mostra que a máxima mato-grossense foi registrada em Alta Floresta
(800 quilômetros ao norte de Cuiabá), R$ 2,57, e a mínima, em Várzea Grande, R$
2,11.
CONSUMO –
De acordo com balanço sobre a comercialização dos combustíveis no Estado, de
janeiro a abril (dado mais recente da ANP), o óleo diesel apresenta incremento
anual, abril 2012 ante abril 2011, de 13,8%, com volume de 153.653 milhões de
litros para atuais 163.441 milhões. Mato Grosso, por ser o maior produtor
nacional de grãos e fibras, tem no óleo diesel um grande indicador da
performance agropecuária. Na medida em que o segmento rural amplia a área
plantada e as atividades pecuárias, aumenta também o consumo do combustível
fóssil. Cerca de 70% de todo o diesel consumido no Estado é demandado pelo
campo.
Fonte: Agro Notícia