A América
Latina Logística (ALL) vai entregar até o fim do mês o primeiro trecho da
duplicação de 383 quilômetros da ferrovia que vai de Campinas a Santos, no
litoral de São Paulo. Orçado em R$ 535 milhões, o projeto faz parte do PAC 2,
está sendo tocado em parceria com a Rumo Logística, do grupo Cosan, e vai
facilitar o escoamento de açúcar e outras mercadorias produzidas no interior do
Estado.
A obra
foi dividida em quatro partes e o que está sendo finalizado é um dos trechos
mais críticos. Tem 11,5 quilômetros, liga Perequê e Cubatão e custou R$ 26
milhões. Parte do segundo trecho, que tem 48 quilômetros e vai de Embu-Guaçu a
Canguera, está em execução e deve ser concluída até o outubro. Nele serão
investidos R$ 215 milhões. Os recursos são da Rumo, em troca de garantia de
transporte pela ALL.
O contrato entre as empresas prevê o transporte de até 9,5
milhões de toneladas de açúcar por ano pela malha paulista.
"A
intenção é conseguir ganhos operacionais nesses trechos", diz o diretor de
serviços e tecnologia da ALL, Marcos Rodrigues da Costa. Ele conta que uma
parte ferroviária de quatro quilômetros depois da Ponte Casqueiro também está
pronta e só depende da conclusão da mesma para também poder ser entregue.
A ALL já
tem licença ambiental para executar mais 107,3 quilômetros, até Boa Vista, e as
obras devem ser iniciadas em dois meses. Entre Embu e Perequê ela ainda depende
de licença e a análise do pedido está em andamento. "Pretendemos concluir
tudo até julho de 2013" adianta o diretor.
A
duplicação de toda a ferrovia deve retirar das rodovias cerca de 1,5 mil
caminhões por dia. Com a conclusão do primeiro trecho, a empresa diz que vai
ser elevado de 30 para 60 o número de trens em circulação na margem direita e
haverá melhorias na produtividade na margem esquerda do porto.
Outro
gargalo está no segundo trecho, que tem restrição operacional de 34 trens por
dia. Com a duplicação, o número vai saltar para 80. Como há um declive no
local, o trecho exige o uso de uma locomotiva extra na subida, chamada de
helper. Em alguns momentos a helper permanece no trecho e impede o fluxo de
outros trens. Sem a duplicação, a velocidade do transporte, com as paradas
necessárias, é atualmente de sete quilômetros por hora. Com a duplicação, ela
vai passar para 22 quilômetros/hora.
Fonte: Porto Gente