Prefeituras de pequenas cidades que, no passado, se opuseram à
instalação de pedágios em suas portas agora dependem do dinheiro repassado
pelas concessionárias para equilibrar seus caixas. As empresas recolhem aos
cofres das prefeituras cortadas pelas rodovias o Imposto Sobre Serviços (ISS)
decorrente da cobrança da tarifa. Em algumas cidades, o dinheiro de pedágio
representa mais de 90% da receita com esse tributo. "É uma verba que tem
peso, pois banca obras e serviços no município", diz o secretário de
Finanças de Araçariguama (SP), Marcelo Simplício.
A cidade de 17.085 habitantes, cortada pela Rodovia Castelo Branco,
tem a maior receita per capita de pedágio no Estado de São Paulo. No ano
passado, recebeu R$ 6,60 milhões, quase meio milhão a mais do que no ano
anterior.
Desde 2000, os repasses garantiram ao município R$ 35,9 milhões. O
pedágio ajudou a prefeitura a fechar o último exercício com o caixa
equilibrado, garante Simplício. "Não dá para abrir mão de um recurso
como esse."
Municípios com menos de 50 mil habitantes representam 80% dos
beneficiários do ISS recolhido pelas concessionárias de rodovias. Em média,
as pequenas cidades passaram a ter receita de ISS até quatro vezes maior do
que a de cidades não cortadas pelos 5,4 mil quilômetros de rodovias com
pedágio. Prefeitos desses municípios já se mobilizaram para ter parte nessa
receita.
Ao todo, no ano passado, 256 municípios receberam R$ 379,9 milhões -
10% mais do que no ano anterior, segundo o governo estadual. Desde que o
programa de concessões rodoviárias se consolidou, em 2000, o bolo somou mais
de R$ 2,2 bilhões - 58 cidades passaram a receber o dinheiro em 2008.
Entre as grandes cidades, Campinas, que recebeu R$ 19,6 milhões no ano
passado, e São Bernardo do Campo, com R$ 17,4 milhões, lideram o ranking em
valor total recebido. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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Fonte.: Agência Estado
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