O Porto de Santos, no litoral de São Paulo, é considerado o maior
complexo do tipo da América Latina e participa com pouco mais de um quarto
dos resultados da balança comercial brasileira. Entretanto, na opinião de
especialista ouvidos pelo G1, o local sofre com problemas de acessibilidade e
carece de melhorias na administração.
Para Wladimir Xavier, professor universitário do curso de logística,
gestão portuária e comércio exterior, o Porto de Santos está vivendo um
gargalo logístico há muito tempo e o importante seria investir em
acessibilidade.
“A única saída [do porto] é a rodovia Anchieta. O problema é que ela
vive congestionada. A coisa mais importante para Santos, além da melhoria no
calado, é uma melhoria, de forma urgente, na entrada e saída do Porto de
Santos, que hoje ficam congestionadas”, disse.
Xavier acredita que também há outras melhorias que precisam ser feitas
no porto, principalmente na questão de administração e gestão. Para ele, é
preciso mais abertura por parte do poder público para maior participação
privada. Desta forma, ele acredita que o Porto de Santos ficaria ainda mais
atrativo para as grandes empresas do setor. “O cenário hoje afugenta o
investidor. As tarifas do porto são regulamentadas pelo poder público. Tem
que ter uma iniciativa mais aberta, fazer negociações com a iniciativa
privado”.
Ele também acredita que seria necessário um pouco mais de autonomia
por parte da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) para as obras.
“Alargamento de ruas e criação de viadutos, principalmente. A avenida
perimetral foi um avanço, mas uma iniciativa que demorou muito”, disse.
Porto de Santos
Hoje o Porto de Santos conta com quase 14 km de extensão de cais
operacionais, nas duas margens do estuário, contando com os novos terminais
previstos para começar a operar no ano que vem. Ao todo, cerca de 4,6 mil
navios atracaram no porto de Santos no mês de outubro.
No mesmo período, o Porto de Santos aumentou a participação na balança
comercial, ficando mais uma vez na liderança do ranking dos portos nacionais.
Em 2011, o cais santista era responsável por 24,6% da balança comercial
brasileira. Esse número subiu para 26,1% em outubro passado, o que
corresponde a US$ 101,2 bilhões das trocas comerciais brasileiras.
Aproximadamente 40 mil pessoas trabalham direta ou indiretamente para
o Porto de Santos. Esse número inclui tanto os trabalhadores avulsos, os
ligados ao Orgão Gestor de Mão de Obra (OGMO) e que não são contratados por
um determinado terminal, os portuários que tem carteira assinada por alguma
empresa do setor ou até mesmo quem realiza o transporte de cargas, como os
caminhoneiros.
No Porto de Santos há cerca de 40 terminais que possuem a capacidade
de movimentar cerca de 130 milhões de toneladas por ano. Esse número deve
aumentar devido aos investimentos realizados nos últimos anos, como por
exemplo, a dragagem do canal de navegação. Também está sendo feita a retirada
dos destroços do navio Ais Giorgis, que naufragou na década de 1970 e a
remoção das pedras de Itapema e Teffé, que prejudicavam a entrada de grandes
navios no Porto de Santos.
Após esses procedimentos, que já estão sendo concluídos, a
profundidade do Porto de Santos passará de 12, 13 e 14 metros de
profundidade, em alguns trechos, para 15 metros em toda a extensão. Antes o
Porto tinha 150 metros de largura e, agora, passará a ter 220 metros, podendo
receber embarcações bem maiores e com maior capacidade de transportar
mercadorias.
De acordo com a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), entre
os anos de 1990 e 2000 houve um aumento de 100% na movimentação de cargas no
período e esse número não tem parado de crescer.
Em agosto deste ano, o Porto de Santos movimentou 10.547.861 toneladas
de mercadorias, o recorde histórico de movimentação em um único mês. O açúcar
e o milho são os produtos mais exportados. Já na importação, lideram o
ranking o adubo, o carvão e o enxofre. Previsões otimistas da Codesp calculam
que, em 2024, o Porto de Santos irá movimentar cerca de 230 milhões de
toneladas.
|
|
Fonte.: G1
|
Criada em 1989 a RDC dedica-se ao desenvolvimento de soluções integradas de softwares de gestão corporativa e logística para o mercado latino americano. Empresa genuinamente brasileira, a RDC busca atender às necessidades específicas de seus clientes. Como consequência conquistou a liderança nacional em soluções para o setor de armazenamento, movimentação e distribuição de veículos zero km.