O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou ontem a prorrogação das
condições especiais do PSI (Programa de Sustentação do Investimento), linha
de crédito do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social)
que financia a compra de caminhões, ônibus e máquinas e equipamentos.
Em vigor desde 2009, o PSI acabará em dezembro de 2013, mas as taxas
de juros especiais, de 2,5% ao ano, deixariam de valer no fim deste ano.
Mantega divulgou que, agora, os juros vão ter ligeiro aumento, passando para
3% ao ano no primeiro semestre e 3,5% ao ano no segundo semestre.
O ministro anunciou ainda que esse programa terá orçamento de R$ 100
bilhões no próximo ano. Desse total, R$ 85 bilhões serão recursos próprios do
BNDES e os R$ 15 bilhões restantes virão da liberação de compulsórios não
remunerados. O compulsório é a parcela dos depósitos que os bancos são
obrigados a manter retida no Banco Central.
O prazo da maioria das linhas será 120 meses (dez anos). As exceções
são as linhas para peças e componentes, que terão prazo de 36 meses (três
anos) e para as empresas de energia, cujo pagamento levará até 360 meses (30
anos).
Mantega comunicou ainda a redução da TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo)
- referência para os financiamentos do BNDES - de 5,5% para 5% ao ano a
partir de janeiro.
Ao anunciar o pacote, o ministro disse que o objetivo do governo é
fazer o investimento crescer 8% em 2013. "Esse será o nível necessário
para que o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) seja vigoroso no
próximo ano", declarou o ministro. Segundo ele, isso só poderá ser feito
reduzindo o custo dos investimentos para o setor privado.
BEM-RECEBIDO
O diretor da área de máquinas agrícolas da Anfavea (Associação Nacional
dos Fabricantes de Veículos Automotores), Milton Rego, afirmou, ontem, que as
taxas de 3% a 3,5% ao ano para as linhas de financiamento do setor dentro do
PSI, respectivamente no primeiro e no segundo semestres de 2013, "são,
sem dúvida, muito boas", pois permanecem negativas ante a inflação.
"Ninguém prevê uma inflação abaixo desses percentuais para o próximo
ano".
O diretor de operações da Ford Caminhões, Oswaldo Jardim, por sua vez,
afirmou que é interessante que as taxas de juros continuem baixas, mas, além
disso, ele espera crescimento mais forte da economia em 2013. Com um cenário
mais favorável, aumentam os fretes e cresce a disposição das empresas de
transporte em investir na renovação das frotas, observa o executivo. Ele
prevê que o mercado do setor terá expansão de 10% no próximo ano. (com
Agências)
REAÇÃO
A redução da taxa de juros da linha de crédito do Finame-PSI, de 5,5%
para 2,5% ao ano (condição que foi operacionalizada no fim de setembro e vale
só até dia 31 deste mês) gerou forte procura das empresas por essa modalidade
de financiamento, principalmente para a compra de caminhões.
Houve em novembro recorde de desembolsos para essa linha: foram R$ 5,4
bilhões no mês, segundo o superintendente da área de operações indiretas do
BNDES, Claudio Bernardo Guimarães de Moraes. "Antes desembolsávamos R$
2,5 bilhões a R$ 3 bilhões por mês; para dezembro devemos atingir R$ 6
bilhões a R$ 6,5 bilhões", afirma.
Ele acrescenta que, com o grande interesse das empresas de se
beneficiar da taxa negativa (menor que a inflação), as análises de PACs
(Propostas de Abertura de Crédito) para a liberação do crédito por parte do
banco dispararam. Antes do PSI especial de 2,5% giravam em 2.000 a 3.000 por
dia e subiram, neste mês, para 20 mil.
Em novembro, as vendas de caminhões fabricados no País cresceram 50%
em relação a outubro. A linha de financiamento com esses juros ajudou a
destravar as vendas desses veículos, atesta o vice-presidente de assuntos
corporativos da Ford América do Sul, Rogelio Golfarb. "As consultas (de
clientes), com as novas taxas, explodiram, quem não pensava em comprar,
passou a pensar", cita o diretor de operações da Ford Caminhões, Oswaldo
Jardim.
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Fonte.: Diário do Grande ABC
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