O sucesso do programa de estímulo à competitividade do setor
portuário, anunciado nesta quinta-feira pela presidente Dilma Rousseff, vai
depender dos atrativos que as medidas apresentarem para a participação do
setor privado. A avaliação é do economista Maurício Canedo, da Fundação
Getulio Vargas (FGV). "Sendo construídos os incentivos corretamente, a
redução do custo logístico certamente tem impacto muito grande sobre a
competitividade da economia brasileira e sobre o crescimento", disse.
Canedo assegurou que "tão ou mais importante que o dinheiro que
vai ser colocado é a construção adequada de incentivos". Isso envolve o
estabelecimento de metas e de fiscalização. "Porque o investimento por
si só não resolve se você não tiver metas e incentivos adequados para que
aquele porto opere de maneira eficiente".
Para o economista, ainda é difícil prever se os R$ 54,2 bilhões que
serão investidos pelo governo e pela iniciativa privada irão resolver o
problema dos portos no país, uma vez que "mesmo as obras do Programa de
Aceleração do Crescimento (PAC), eventualmente, têm dificuldade de sair do
papel". É preciso, acentuou, examinar-se os detalhes na parte pública e
privada.
Maurício Canedo destacou que um porto é eficiente não só pela rapidez
com que faz o transbordo e a transferência de carga , mas por tudo que está
no seu entorno. Segundo ele, para quem está transacionando mercadoria, um
porto é mais atrativo se tem custo baixo e menor tempo de operação. Para
isso, deve constar do seu planejamento a integração com os demais modais de
transporte.
O economista da FGV considerou como importante, entre as medidas
anunciadas pela presidenta da República, a que trata da diminuição da
burocracia nos portos e dos procedimentos alfandegários sucessivos. "Se
colocar isso em prática, seria interessante", disse Canedo, ressaltando
que a eliminação dos trâmites burocráticos terá impacto significativo na
competitividade dos produtos brasileiros.
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Fonte.: Terra
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