O Tribunal de Contas da União (TCU) está investigando possíveis
irregularidades no contrato de concessão do trecho duplicado da BR-101 e da
BR-376 entre Palhoça (SC) e Curitiba (PR). Há suspeita de favorecimento por
parte da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) à concessionária
Autopista Litoral Sul que, mesmo sem entregar dentro do cronograma previsto
parte das obras definidas na licitação, teve direito a reajustar em fevereiro
o valor do pedágio cobrado nas cinco praças em operação no trecho, de R$ 1,50
para R$ 1,70. Com isso, de acordo com levantamento da Ordem dos Economistas
de Santa Catarina, desde 2009, o pedágio foi reajustado em 54,6%, em
comparação a uma inflação de 24,5% no período.
O valor inicial do pedágio, R$ 1,10, foi ganhando 10 ou 20 centavos
por ano - um acréscimo que, aparentemente baixo, passa desapercebido pela
maioria dos usuários. De acordo com o diretor-superintendente da
concessionária, Paulo Castro, os reajustes seguiram as regras do contrato e a
maior parte dos atrasos nas obras foi causada pela demora do poder público em
fornecer os licenciamentos necessários.
Uma das linhas da investigação do TCU é identificar se os cálculos da
ANTT, que autorizaram o reajuste, levaram em conta obras que ainda não foram
realizadas, como a alça viária de Florianópolis.
O trecho em questão, com 382 km, é a principal ligação rodoviária
entre as Regiões Sudeste e Sul do País.
Foi concedido em leilão feito em
outubro de 2007, vencido pelo grupo OHL Brasil, hoje Arteris. O contrato
assinado em fevereiro de 2008 prevê 25 anos de concessão, com investimentos
de R$ 3,1 bilhões como contrapartida.
Na próxima fase do processo do TCU, derivado de uma auditoria iniciada
em 2011, os principais envolvidos serão ouvidos. O Ministério dos Transportes
anunciou que, caso sejam comprovadas as irregularidades, as penalidades podem
incluir a redução do valor do pedágio ou a imposição de multas para a
concessionária. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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Fonte.: AE
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