sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Transportadoras não querem mais pagar IPVA


O Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas de Mato Grosso (Sindimat) vai entrar na Justiça contra o Governo do Estado na tentativa de suspender a cobrança do IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores) e a CIDE (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico, imposto sobre combustíveis) para o setor. Segundo o presidente da entidade, Eleus Amorim, o pagamento do pedágio e dos impostos simultaneamente transforma-se em cobrança dupla pelo mesmo serviço, já que ambas as taxas têm como objetivo realizar a ampliação e a manutenção das rodovias.

“Não tem cabimento a população e os empresários pagarem duas vezes pelo mesmo serviço. Nós até que não somos contra o pagamento do pedágio, mas sim da cobrança dupla”, declarou. Ainda segundo o presidente do sindicato, a conta da nova cobrança acabará sobrando para o consumidor final, já que os gastos atuais com as taxas passarão dos atuais 11% para 16% da receita operacional bruta.

Apesar do alto fluxo de veículos, são poucas as obras realizadas pela concessionária para o cumprimeto das exigências de operação na rodovia - Foto: Pedro AlvesEleus Amorim observa ainda que não tem como o mercado de transporte absorver um custo tão alto. “Só nos pedágios do estado o aumento será de R$540,00. É claro que o governo alega que, com estradas melhores, o custo diminui, mas não é bem assim. A única coisa que a gente acaba economizando de fato são os pneus”, afirmou.

Na outra vertente, o diretor executivo do Movimento Pró-Logística, Edeon Vaz Ferreira, acredita que a cobrança de pedágio não deve impactar diretamente nos valores do frete no estado, principalmente no transporte da soja: “Não sei como o valor do frete poderia subir se o preço é formado na Bolsa de Valores de Chicago, e na verdade os valores teriam que diminuir já que a manutenção dos veículos ficará reduzida em comparação aos valores gastos com as taxas”.

Ainda segundo Edeon, o papel do Estado é de fiscalizador e não de executor, o que justifica a ineficiência de gerenciamento e de fiscalização da malha viária no país. “Os pedágios são aplicados em todo o mundo e está dando certo. Isto comprova que após o impacto inicial, a população acaba enxergando os benefícios”, explicou.

Já para Benedito Dias, professor doutor em Economia da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), a cobrança de pedágio tem que ser vista de duas formas diferenciadas: de um lado, a incapacidade do governo em gerir os recursos de forma adequada e do outro lado o aumento dos custos, principalmente para as pessoas físicas, que sentem mais significativamente o impacto, “como as pessoas que viajam com menor frequência e não lucram nada com isso acabam sentindo mais o custo dos pedágios”.

Fonte.: Circuito Mato Grosso