Para reduzir o custo de logística do país, estimado pelo Instituto de
Logística e Supply Chain (Ilos) em 10,6% do Produto Interno Bruto (PIB),
quase 50% mais alto do que o verificado nos Estados Unidos, o governo federal
irá acelerar a transferência de parte de sua malha rodoviária à iniciativa
privada.
Em agosto, foi anunciada a retomada da terceira etapa de concessões,
que envolve 7,5 mil quilômetros de estradas federais que cortam oito Estados
(Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do
Sul, Goiás, Distrito Federal). Os nove trechos a serem concedidos receberão
no total R$ 42 bilhões, sendo que R$ 23,5 bilhões serão investidos em cinco
anos, e R$ 18,5 bilhões em 20 anos. "A retomada é um sinal muito
positivo para o setor", diz o presidente da Associação Brasileira das
Concessionárias de Rodovias (ABCR), Moacyr Duarte.
Segundo as regras estipuladas pelo governo nestas concessões, os investimentos
nas rodovias serão concentrados nos primeiros cinco anos, com foco na
aplicação de recursos em duplicações, contornos, travessias e obras de arte.
O vencedor da licitação será o que oferecer a menor tarifa de pedágio, que só
começará a ser cobrada quando 10% das obras estiverem concluídas. A
expectativa é de que os primeiros lotes sejam leiloados até o fim do primeiro
semestre.
Para gerenciar os projetos e as obras, o governo criou a Empresa de
Planejamento e Logística (EPL), em moldes semelhantes ao da Empresa de
Pesquisas Energéticas (EPE), que faz o planejamento do setor elétrico desde
2004. Se de um lado o governo busca conceder mais lotes de rodovias, de outro
trabalha para colocar de pé mais de dez mil quilômetros de trilhos, para
aumentar a participação das ferrovias no transporte de cargas, o que terá
impacto sobre o modal rodoviário. "Se todos os projetos de ferrovias
saírem mesmo, uma parte das cargas poderá ir para os trilhos e reduzir a
participação geral das rodovias", diz o diretor do Ilos, Paulo Fleury.
Nos Estados Unidos, 43% da circulação de cargas é feita por ferrovias
e 32% pelas estradas, enquanto na China 50% é feita pelas rodovias e 37% por
trilhos. No Brasil, quase 60% das cargas trafegam sobre rodas. Pior: sem
contabilizar o transporte de minério de ferro, feito exclusivamente por
trilhos e um dos principais produtos exportados pelo país, o modal rodoviário
responderia por 73% da circulação de mercadorias, com as ferrovias
respondendo por 5% e o transporte aquaviário por 16%. As condições das
estradas brasileiras são ruins. Dos 1,7 milhão de quilômetros que cortam o
país, apenas 200 mil quilômetros são pavimentados, sendo que desse montante
cerca de 50 mil quilômetros estão nas mãos da União. "O Brasil precisa
melhorar muito sua malha rodoviária, e os recursos privados são importantes
nessa equação de melhoria", afirma Fleury, do Ilos.
A ampliação dos investimentos em ferrovias e rodovias deverá manter
uma tendência em alta: o crescimento dos serviços de operadores de logística,
segmento que vem crescendo a dois dígitos anuais.
"A multimodalidade
tenderá a crescer, criando oportunidades para prestadores de serviços
logísticos", afirma Fleury. Com a malha férrea crescendo no Centro-Oeste
e no Nordeste, um produtor de soja que mandava toda sua safra pela rodovia
agora ganha uma nova opção. "Se ele estiver a 300 quilômetros da
ferrovia, precisará de transporte rodoviário e armazenamento da sua carga até
os trilhos", exemplifica Fleury.
As 142 maiores empresas do setor faturaram R$ 48 bilhões em 2011, 20%
de alta sobre 2010. A expansão tem se dado pela terceirização de operações a
empresas especializadas na área. "Há espaço para ampliar esse mercado,
porque as deficiências da malha de transporte pesam no bolso do setor produtivo",
diz Fleury. Pesquisa do Ilos aponta que, em 2008, 37% das empresas faziam
elas próprias sua logística, enquanto 63% contratavam prestadores de
serviços. Três anos depois, 69% das consultadas contratavam serviços de
terceiros. Nos EUA, esse percentual está em 47%. Há uma grande pulverização
de operadoras logísticas no Brasil. No setor rodoviário, estima-se que haja
mais de 200 mil transportadoras, sendo que 75% delas possuem até cinco
caminhões. A idade média da frota de caminhões é antiga: estava em 17,6 anos
em 2011. Diante de clientes cada vez mais exigentes, ganhar mercado pressupõe
ter serviços diferenciados e maior profissionalização da gestão.
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Fonte.: Portos e Logística
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Criada em 1989 a RDC dedica-se ao desenvolvimento de soluções integradas de softwares de gestão corporativa e logística para o mercado latino americano. Empresa genuinamente brasileira, a RDC busca atender às necessidades específicas de seus clientes. Como consequência conquistou a liderança nacional em soluções para o setor de armazenamento, movimentação e distribuição de veículos zero km.