Antes disso, as empresas de transporte de cargas do modal rodoviário
manterão a elevação dos custos para os clientes, para não perderem mais
rentabilidade. "Os gargalos que encarecem o frete estão nas pontas do
processo. É inadmissível, por exemplo, que um caminhão demore de 6 a 72 horas
para descarregar uma carga em um porto. Isso impacta diretamente os preços,
já que se perde um dia de viagem porque há um gargalo no porto para carga e
descarga", avalia o diretor-comercial-corporativo da Gafor Logística, Luiz
Carlos Magalhães.
Segundo Magalhães, o tempo perdido no processo de carga e descarga é
um dos principais fatores do encarecimento do frete rodoviário nos últimos
anos. Somente entre 2012 e 2013, o valor subiu, em média, 20%.
O especialista em Logística e Transportes da Universidade Federal do
Rio Grande do Sul (UFRGS) Dênis Borenstein explica que a dependência
exclusiva do modal rodoviário para o transporte de cargas no Brasil também
encarece o preço final do produto, ainda que com uma manutenção mais barata.
"O gasto com combustíveis é muito maior do que o do modal ferroviário,
por exemplo. Países que já têm ferrovias desenvolvidas economizam 30% mais
que o Brasil em logística. Além disso, a falta de segurança também encarece o
frete, já que os roubos de carga têm-se tornado cada vez mais
frequentes", explica o especialista.
O problema também é apontado pelo diretor-comercial-corporativo da
Gafor Logística. "A falta de segurança nas rodovias é uma das nossas
maiores dificuldades: impacta o preço do seguro e, com isso, o preço do
frete, claro", detalha Magalhães.
Segundo dados do Sindicato das Empresas de Transportadores de Cargas
de São Paulo e Região (Setcesp), em 2011, no Estado de São Paulo, foram quase
7 mil as ocorrências desse tipo, representando uma perda de R$ 295 milhões
para as empresas.
Já sobre as condições das rodovias, que também são alvo de crítica do
professor da UFRGS, o diretor da Gafor Logística diz que o tamanho do
problema costuma variar de acordo com a região. "O nível das estradas depende
da região. No sudeste não temos grandes problemas na maior parte das
rodovias, mas no nordeste, por exemplo, temos problemas sérios. Isso aumenta
muito os gastos com a manutenção."
Mão de obra
Outra dificuldade apontada pelo diretor-corporativo da Gafor Logística
é a falta de mão de obra qualificada. Segundo Magalhães, a dificuldade de
encontrar motoristas provocou a subida da remuneração dos profissionais e,
consequentemente, o aumento do preço do frete. "Hoje nós chegamos a
demorar até seis meses para preencher uma vaga de motorista porque o cargo
exige muito mais do que há alguns anos. Os caminhões estão mais modernos, o
transporte de alguns produtos exige uma formação especial. O Brasil hoje vive
um apagão de mão de obra desse tipo. Com isso, temos que oferecer
treinamentos mais completos e aumentar a remuneração dos funcionários",
explica Magalhães, que destaca que a folha de pagamento tem representado um
aumento de 25% nos gastos da empresa.
Além disso, a Lei 12.619, de 2012, que
determina períodos obrigatórios de descanso para caminhoneiros, provocou a
necessidade de novas contratações, o que elevou o preço do frete em cerca de
20% no fim de 2012. "Nós reajustamos os preços assim que a lei foi
promulgada. As operações de longa distância estão mais caras por conta disso.
Isso pode ser visto pelo reajuste de preços ou pelo aumento do tempo para a
entrega da carga, em razão da carga horária do motorista", explica Luiz
Magalhães. "O que nós estamos fazendo é otimizar o tempo de carga e descarga
para reduzir esse impacto. Antigamente o embarcador não tinha essa
preocupação, mas hoje tem", completa.
Competitividade
Em meio a todos os entraves apresentados pelo setor, as empresas têm
buscado alternativas para baratear a manutenção dos veículos. O investimento
em tecnologia para melhorias mecânicas, por exemplo, é visto pelo setor como
a única alternativa a curto prazo para amenizar o impacto financeiro.
Para Getúlio Correa Júnior, presidente da Technical Fairs, empresa
promotora da Expofrota - Feira Internacional de Transporte Rodoviário, que
deverá acontecer em setembro no Mato Grosso, além de todos os problemas
apontados por empresários do setor, o Brasil ainda sofre por falta de
competitividade entre as empresas. "O que nós vemos é que o custo é alto
por causa da lei de oferta e procura. Quanto mais empresas transportadoras
existirem, melhor será para o cliente, independentemente do tipo de
modal", defende. "Além disso, é preciso trazer alternativas à
manutenção, novas tecnologias para torná-la mais barata. Estamos nos
preparando para oferecer uma renovação tecnológica, já que reduzindo o custo
da manutenção, é possível reduzir o custo do frete."
Fora a troca de tecnologia de transportes, a Expofrota terá congressos
e rodas de negócios, voltados exclusivamente aos empresários do ramo.
"Vamos contemplar várias plataformas, que oferecem uma ampla base de
prospecção, com significativas possibilidades de negócios com empresas de
pequeno, médio e grande porte. Acompanhando tendências internacionais, de forma
inédita no Brasil, a feira vai oferecer possibilidades de projeção de marca e
alavancagem corporativa, com muitas perspectivas". A organização da
feira espera 10 mil investidores vindos do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e
Goiás, da Bolívia e do Paraguai.
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Fonte.: DCI
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Criada em 1989 a RDC dedica-se ao desenvolvimento de soluções integradas de softwares de gestão corporativa e logística para o mercado latino americano. Empresa genuinamente brasileira, a RDC busca atender às necessidades específicas de seus clientes. Como consequência conquistou a liderança nacional em soluções para o setor de armazenamento, movimentação e distribuição de veículos zero km.