As montadoras não terão dificuldades para calcular o conteúdo local
dos automóveis que fabricam sob o Inovar-Auto, o novo regime automotivo que
entrou em vigor no início do ano. Sem um sistema de rastreamento e certificação,
que ainda está sob estudos técnicos, o governo vai aceitar a mera declaração
das fabricantes. Cada empresa dirá se cumpriu ou não o requisito.
Um sistema de certificação de origem para máquinas, motores e
componentes - como a injeção eletrônica - só deve ficar pronto no fim de
2013, segundo técnicos ouvidos pela reportagem. O governo não vê risco,
porque pode a qualquer momento auditar notas fiscais das montadoras para
comprovar, ainda que no futuro, se a regra foi cumprida.
A elaboração do sistema tampouco é simples. O governo enviou técnicos
para visitar países europeus e o coração da indústria automotiva
norte-americana, em Detroit, para conhecer como é feito o controle nesses
países. Um componente de injeção eletrônica, por exemplo, possui peças
internas cuja origem é de difícil comprovação.
Uma das razões do governo para optar pela declaração das montadoras é
o fato de que essas empresas, na maioria das vezes, possuem participação
acionária nos grandes fornecedores de motores e outros "sistemas"
do veículo. Assim, a montadora atrai essa empresa para o Brasil, como forma
de cumprir o conteúdo local, facilitando a vida dos técnicos.
Preço. Acostumado a desembolsar um dos maiores preços do mundo na hora
de comprar um carro, o consumidor brasileiro vai continuar pagando o mesmo
pelos veículos produzidos sob o novo regime automotivo. Mas isso vai
significar economia, segundo a secretária de Desenvolvimento da Produção do
Ministério do Desenvolvimento, Heloísa Menezes, porque os itens que antes eram
opcionais vão se tornar, aos poucos, componentes de série, sem custo
adicional.
O governo aposta em dois outros pontos que terão impacto sobre o
preços dos veículos: o ganho de escala das montadoras e dos fabricantes de
autopeças, com o aumento de quase meio milhão na produção anual de carros; e
a concorrência. Pressionado pelo Itamaraty e pelo Ministério do
Desenvolvimento, o governo aceitou habilitar montadoras que não fabricam seus
carros em território brasileiro. "Com os carros com maior conteúdo tecnológico,
o que era opcional vai deixar de ser e entra como item de série", diz
Margarete Gandini, coordenadora-geral de Arranjos Produtivos Locais do
Ministério do Desenvolvimento.
A transformação de opção em regra deve abranger, de início, itens
conhecidos pelo consumidor, como motores elétricos para os vidros, travas e
retrovisores, até chegar a componentes considerados hoje como "de
luxo", como câmeras e sensores de estacionamento.
Um grupo de 45 montadoras que já pediram habilitação no Inovar-Auto
prometeu investir R$ 5,5 bilhões até o fim do regime, em 2017. Até lá, o
governo abrirá mão de R$ 12,2 bilhões em impostos do setor, para estimular
essa indústria.
|
|
Fonte.: O Estado de S. Paulo
|
Criada em 1989 a RDC dedica-se ao desenvolvimento de soluções integradas de softwares de gestão corporativa e logística para o mercado latino americano. Empresa genuinamente brasileira, a RDC busca atender às necessidades específicas de seus clientes. Como consequência conquistou a liderança nacional em soluções para o setor de armazenamento, movimentação e distribuição de veículos zero km.