Ao completar seus 15 anos de vigência, o Código de Trânsito Brasileiro
poderá ter boa parte de seus 341 artigos alterados profundamente. Pelo menos
120 proposituras, entre projetos de lei e de emenda constitucional, tramitam
no Congresso Nacional propondo mudanças na Lei 9.503, de 23 de setembro de
1997, que instituiu o Código.
Este grande número de propostas de alteração do CTB preocupa a
Associação Nacional de Detrans (AND). Para o presidente da entidade, Teodoro
Lopes, muitas alterações são necessárias, mas outras podem desfigurar o
sentido do Código, que é de servir como instrumento a possibilitar o cidadão
ao exercício do direito ao trânsito em condições seguras.
“O trânsito é uma das mais importantes interações da pessoa humana.
Ele garante o direito constitucional de ir e vir. E nós, como agentes
públicos responsáveis pelo trânsito, devemos atentar para as alterações que
estão sendo pretendidas no Código”, disse Teodoro Lopes.
Ele adiantou que a diretoria da AND manterá contato com os deputados e
senadores que estão apresentando os projetos e emendas. A AND não descarta
solicitar ao presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), e do Senado, José
Sarney (PMDB-AP), a criação de uma comissão especial para analisar e
compactuar as proposituras.
“Em janeiro de 2013 o Código de Trânsito Brasileiro completará 15
anos. É uma excelente oportunidade para refletirmos sobre ele, sua
aplicabilidade e as mudanças que são necessárias”, afirmou Lopes. “A enorme
quantidade de projetos no Congresso Nacional visando alterações no Código
demonstra a necessidade de alterações e adequações”, acrescentou.
Somente no Senado são 25 projetos de lei tramitando. Na Câmara dos
Deputados são outros 98. Boa parte desses projetos foram apensados, ou seja,
anexados uns aos outros, por tratarem de temas idênticos. Outros estão sendo
analisados em comissão como a de Viação e Transportes (a maioria).
Os temas se referem desde alterações nos procedimentos em relação ao
transporte coletivo, de cargas e específico de pessoas doentes ou
acidentadas, passando pelo o uso de motocicletas, até crime de lesão corporal
grave em acidente de trânsito, proibição do ato de fumar ao dirigir,
transporte de bebidas alcoólicas e a exigência de assinatura do motorista no
auto de infração quando a infração for cometida dentro do perímetro urbano.
Há projetos curiosos, como a exigência de que os bares, restaurantes e
similares manterão em exposição placas indicativas do teor alcóolico das
diversas bebidas, bem como dos limites de percentual de álcool na corrente
sanguínea admitido pela lei. Mas nada se compara ao que prevê a legalização
dos transportes de passageiros por caminhões, ou seja, o velho pau-de-arara.
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Fonte.: Cenário MT
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