Fernando Haddad (PT) não quer apenas acabar com a taxa cobrada pelo
serviço de inspeção veicular. O prefeito eleito de São Paulo pretende
afrouxar o programa e reduzir o número de inspeções.
As linhas gerais das mudanças já estão definidas. Carros novos não
precisarão fazer a inspeção. A ideia é que eles fiquem isentos durante o
período da garantia de fábrica, ou próximo a ele.
Depois disso, a inspeção seria feita a cada dois anos.
Nesse período, o motorista que for pego em blitz com veículo irregular
não seria multado imediatamente, como acontece hoje. Ele teria um prazo para
se regularizar e só receberia a autuação caso não cumprisse o prazo.
Haddad falou sobre o assunto ao programa "É Notícia", da
Rede TV!, que foi ar ao na madrugada de ontem.
"Inspeção, no mundo todo, não é todo ano. Pode ser a cada dois
anos. E carros novos têm de sair de fábrica regulados. Com menos inspeções, o
poder público tem condições de subsidiar."
A Controlar, concessionária do serviço, deve arrecadar neste ano cerca
de R$ 150 milhões com a taxa.
Com o fim da taxa paga pelos motoristas, a prefeitura terá de assumir
o custo. Havendo menos inspeções, o subsídio oficial cairá.
QUESTÃO JURÍDICA
Embora as mudanças estejam decididas, Haddad ainda não sabe quando o
novo sistema será implantado.
O futuro secretário de Negócios Jurídicos, Luís Fernando Massonetto,
já analisa questões jurídicas e o contrato com a Controlar.
A empresa pode contestar a queda das inspeções para menos da metade
das 3 milhões feitas anualmente.
Massonetto estuda quais garantias contratuais a empresa tem e se o
contrato -contestado na Justiça pelo Ministério Público- é válido, se pode
ser alterado por iniciativa da prefeitura e até mesmo se ele pode ser
rompido.
A equipe de Haddad estuda se é possível mudar o sistema já em 2013.
Em janeiro começa o prazo para os donos de carros de placas de final 1
agendarem a inspeção. Caso as mudanças não entrem em vigor até janeiro, mas
sejam implantadas depois, a equipe avaliará como resolver a questão de quem
já tiver pago a taxa.
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Fonte.: Folha de S. Paulo
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