sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Empresa paulista realiza a reciclagem de caminhões batidos


Comprados em leilões de seguradoras, 200 caminhões vão para a JR Diesel todo o ano. Primeiro passam por um processo de descontaminação, em que são extraídos os fluídos tóxicos. Em seguida, são desmontados. As peças são submetidas a um teste de qualidade e são divididas em três categorias que determinam o reaproveitamento ou o descarte: funcionais, reparáveis e sucatáveis. Tal processo é conhecido como reciclagem de caminhões.

O diretor administrativo da empresa, Arthur Rufino, diferencia a reciclagem do desmanche comum. Para ele, o desmanche, normalmente, é visto como algo desorganizado, já a empresa de reciclagem se preocupa com a procedência das peças, com a organização do estoque e com a qualidade do atendimento. A importância dada ao cliente vem desde a fundação da empresa. O pai de Arthur, Geraldo Rufino, deu início a JR Diesel em 1985, como alternativa para diminuir o prejuízo de um acidente com seus caminhões. Desmanchar e vender as peças era a melhor maneira de aproveitar os dois caminhões acidentados. "Começou de uma forma precária, sem capital. Depois passamos a organizar mais e investir no atendimento", diz Arthur Rufino.

Em 2009, o diretor administrativo começou a pesquisar quais eram as referências em reciclagem veicular no mercado internacional. Após visitas a empresas de vanguarda na Europa, a empresa iniciou um processo de reorganização em janeiro de 2010, investindo não só em estrutura, mas também em tecnologia. "Foi muito interessante descobrir que tinha mais gente no mundo que fazia o que estávamos fazendo e que dava certo", conta.

Localizada em Osasco (SP), a JR Diesel comercializa seus produtos em todo o Brasil, por telefone e internet. A maior parte do faturamento está na venda das peças para empresas, tanto para indústrias que possuem frota de caminhões quanto para transportadoras. De acordo com Rufino, o que as atrai é a garantia de procedência, pois toda peça tem um número de série que mostra o histórico do produto. Ele afirma, também, que ter essas empresas como clientes proporciona estabilidade, o que torna os investimentos mais seguros.

Comparando as peças vindas da reciclagem de caminhões com as de reposição encontradas nas lojas, Rufino afirma que a perda em relação à durabilidade é muito pequena, em torno de 15%, enquanto o custo é cerca de 50% mais baixo. Ele explica que 90% das partes reaproveitadas são originais, o que seria uma garantia de qualidade superior. Atualmente a empresa só recicla caminhões adquiridos em leilões de seguradoras, mas há planos para começar a comprar veículos de frotas e particulares ainda em 2012. De acordo com Rufino, basta encontrar um processo que garanta a segurança da JR Diesel e de seus clientes no que diz respeito à procedência. Segundo a empresa, com a reciclagem, 85% de cada caminhão é revertido em peças de reposição, 10% em materiais recicláveis e 5% é descartado, dentro das normas ambientais.

Fonte: Terra