Comprados
em leilões de seguradoras, 200 caminhões vão para a JR Diesel todo o ano.
Primeiro passam por um processo de descontaminação, em que são extraídos os
fluídos tóxicos. Em seguida, são desmontados. As peças são submetidas a um
teste de qualidade e são divididas em três categorias que determinam o
reaproveitamento ou o descarte: funcionais, reparáveis e sucatáveis. Tal
processo é conhecido como reciclagem de caminhões.
O diretor
administrativo da empresa, Arthur Rufino, diferencia a reciclagem do desmanche
comum. Para ele, o desmanche, normalmente, é visto como algo desorganizado, já
a empresa de reciclagem se preocupa com a procedência das peças, com a
organização do estoque e com a qualidade do atendimento. A importância dada ao
cliente vem desde a fundação da empresa. O pai de Arthur, Geraldo Rufino, deu
início a JR Diesel em 1985, como alternativa para diminuir o prejuízo de um
acidente com seus caminhões. Desmanchar e vender as peças era a melhor maneira
de aproveitar os dois caminhões acidentados. "Começou de uma forma
precária, sem capital. Depois passamos a organizar mais e investir no
atendimento", diz Arthur Rufino.
Em 2009,
o diretor administrativo começou a pesquisar quais eram as referências em
reciclagem veicular no mercado internacional. Após visitas a empresas de
vanguarda na Europa, a empresa iniciou um processo de reorganização em janeiro
de 2010, investindo não só em estrutura, mas também em tecnologia. "Foi
muito interessante descobrir que tinha mais gente no mundo que fazia o que
estávamos fazendo e que dava certo", conta.
Localizada
em Osasco (SP), a JR Diesel comercializa seus produtos em todo o Brasil, por
telefone e internet. A maior parte do faturamento está na venda das peças para
empresas, tanto para indústrias que possuem frota de caminhões quanto para
transportadoras. De acordo com Rufino, o que as atrai é a garantia de
procedência, pois toda peça tem um número de série que mostra o histórico do
produto. Ele afirma, também, que ter essas empresas como clientes proporciona
estabilidade, o que torna os investimentos mais seguros.
Comparando
as peças vindas da reciclagem de caminhões com as de reposição encontradas nas
lojas, Rufino afirma que a perda em relação à durabilidade é muito pequena, em
torno de 15%, enquanto o custo é cerca de 50% mais baixo. Ele explica que 90%
das partes reaproveitadas são originais, o que seria uma garantia de qualidade
superior. Atualmente a empresa só recicla caminhões adquiridos em leilões de
seguradoras, mas há planos para começar a comprar veículos de frotas e
particulares ainda em 2012. De acordo com Rufino, basta encontrar um processo
que garanta a segurança da JR Diesel e de seus clientes no que diz respeito à
procedência. Segundo a empresa, com a reciclagem, 85% de cada caminhão é
revertido em peças de reposição, 10% em materiais recicláveis e 5% é
descartado, dentro das normas ambientais.
Fonte: Terra