A
mobilização por aumento salarial dos auditores fiscais da Receita Federal
paralisou ontem o porto de Manaus e afetou outros portos e, pelo menos, o
aeroporto de Viracopos, de acordo com dados do Sindicato Nacional dos Auditores
Fiscais (Sindifisco). A Secretaria da Receita Federal não quis se pronunciar
sobre o movimento.
Os
fiscais reivindicam uma reposição salarial de 30,18%, a recomposição do quadro
de auditores e a definição de uma adicional para quem trabalha em zonas de
fronteiras e zonas inóspitas. De acordo com o Sindifisco, os auditores não
recebem reposição para cobrir os efeitos da inflação desde 2008.
Os
fiscais estão fazendo uma operação padrão e um movimento conhecido como
"crédito zero", que implica não concluir nenhum processo ou
fiscalização que possa resultar em crédito para o governo federal.
Um
balanço feito no início da noite de ontem pelo Sindifisco mostrou que a
mobilização dos auditores afetou o trânsito aduaneiro em Sorocaba (SP) e na
estação aduaneira do interior de São Paulo, pois não foram liberadas as
mercadorias que entram pelo porto de Santos e pelo aeroporto de Viracopos, em
Campinas.
O
movimento afetou ainda, segundo o Sindifisco, as operações do porto de
Paranaguá e dos portos secos de Foz do Iguaçu, Uruguaiana e Varginha. O
Sindifisco informou que a operação-padrão é por tempo indeterminado. Em Manaus,
os auditores fiscais do Trabalho aderiram ao movimento e decidiram paralisar as
atividades na segunda-feira e ontem, quando todos eles teriam cruzado os
braços. Na próxima semana, a previsão é que a paralisação ocorra terça e
quarta-feira.
Os
informes dos sindicatos dos servidores públicos garantem que houve paralisação
em outros órgãos públicos. O Sindicato Nacional dos Servidores do Ministério
das Relações Exteriores (Sinditamaraty), informou que uma assembleia decidiu
iniciar greve por tempo indeterminado a partir de ontem. Os funcionários do
Ministério das Relações Exteriores que atuam na Rio+20 não participam do
movimento. Segundo nota do Sinditamaraty, os servidores querem equiparação
salarial de assistentes e oficiais de chancelaria a carreiras correlatas e
reposição salarial.
Outros
sindicatos informaram ainda que servidores dos ministérios da Saúde,
Desenvolvimento Agrário, Trabalho e Emprego, Previdência Social e Justiça
teriam aderido à greve. O Ministério do Planejamento, responsável pela área de
recursos humanos do governo federal, informou que não faz o monitoramento de
paralisações e que continua aberto às negociações salariais com os
funcionários.
Fonte: Valor Econômico