O novo acesso viário à Margem Esquerda do Porto de Santos, em Guarujá,
será custeado pelos próprios terminais marítimos, por meio da associação
comercial da cidade. O Governo do Estado, que anunciou o financiamento da
obra à Prefeitura há 15 dias, agora estuda investir em uma via de 3,5
quilômetros exclusiva para caminhões, às margens da Rodovia Cônego Domênico
Rangoni, na Vila Áurea.
A mudança no acordo ocorreu em razão da necessidade de desapropriação
dos lotes por onde passarão os 30 mil metros quadrados da nova pista. Eles
pertencem à Dow Química e ao Grupo Fassina.
“Judicialmente demoraria muito
para ocorrer a liberação. Por isso, optamos por esse novo caminho”, explicou
o vice-prefeito e secretário de Coordenação Governamental de Guarujá, Duíno
Verri Fernandes.
As duas empresas já haviam se comprometido a ceder, cada uma, 50
metros de terreno para o futuro acesso. No entanto, isso geraria um custo
indenizatório, ainda não calculado oficialmente. Diante das circunstâncias,
ficou acordado realizar a locação do espaço, ao custo de R$ 60 mil mensais,
até a Fase 2 da Avenida Perimetral do Guarujá ser entregue pelo Governo
Federal, o que deve ocorrer até o fim do próximo ano. Esta etapa da
Perimetral prevê construir nesse mesmo local um novo acesso à zona portuária.
A Associação Comercial será a responsável pela construção da via, que
terá oito faixas de rolamento (mais uma para acostamento), e também a
locatária do espaço, de propriedade da Dow e da Fassina. As empresas vão
cobrar o aluguel até que ocorra a desapropriação total da área. A Prefeitura,
segundo Duíno, será responsável por viabilizar a licença de tráfego do
trecho, assim como legitimá-lo.
“A situação já foi acordada. Mas, por enquanto, não tenho prazos”,
explicou o vice-prefeito.
O secretário de transportes de São Paulo, Saulo de Castro, quando
anunciou a construção da via, informou que ela seria entregue em junho, tempo
mínimo para a licitação e a execução da obra. Como ela se torna particular,
não será necessária a abertura de concorrência pública.
Duíno garante que, quando a construção for iniciada, em três semanas
ela ficará pronta - se as condições climáticas forem favoráveis. A via terá
600 metros de comprimento e ligará a Rodovia Cônego Domênico Rangoni e a
Avenida Santos Dumont, em Vicente de Carvalho. Segundo ele, a rua será
exclusiva para caminhões de granéis, líquidos e sólidos.
Os veículos com contêineres terão de continuar usando a Rua Idalino
Pinês (a Rua do Adubo), hoje, a única ligação entre a Cônego e a Santos
Dumont.
O diretor da Associação Comercial de Guarujá Heitor Carbone Junior foi
procurado por A Tribuna para comentar a mudança de planos. Por
indisponibilidade de agenda, ele se comprometeu a falar oficialmente hoje, ao
longo do dia. Mas, durante a entrevista na Prefeitura de Guarujá, ele
confirmou as informações, ao ser consultado pelo vice-prefeito, Duíno
Fernandes.
Contrapartida
O Estado, por meio da Agência de Transportes de São Paulo (Artesp) e
do Departamento de Estradas de Rodagem (Der), havia se predisposto a
financiar a obra do novo acesso. Com a mudança, a Prefeitura de Guarujá
sugeriu que o investimento fosse transferido para outro local. “Pedimos para
o Governo do Estado construir uma via marginal, ao custo de R$ 10 milhões, na
rodovia, para ser usada só por caminhões”, contou Duíno.
O projeto já foi apresentado como contrapartida para o secretário de
transportes, que estuda a viabilização. A marginal tiraria os caminhões da
Domênico Rangoni, cuja as faixas, naquele trecho, ficariam exclusivas para os
veículos de passeio que acessam o Distrito de Vicente de Carvalho.
O secretário estadual de Transportes foi procurado, mas não foi
localizado até o fechamento desta edição.
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Fonte.: A Tribuna
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