quinta-feira, 11 de abril de 2013

Terminais vão construir novo acesso ao Porto de Santos


O novo acesso viário à Margem Esquerda do Porto de Santos, em Guarujá, será custeado pelos próprios terminais marítimos, por meio da associação comercial da cidade. O Governo do Estado, que anunciou o financiamento da obra à Prefeitura há 15 dias, agora estuda investir em uma via de 3,5 quilômetros exclusiva para caminhões, às margens da Rodovia Cônego Domênico Rangoni, na Vila Áurea.

A mudança no acordo ocorreu em razão da necessidade de desapropriação dos lotes por onde passarão os 30 mil metros quadrados da nova pista. Eles pertencem à Dow Química e ao Grupo Fassina. 
“Judicialmente demoraria muito para ocorrer a liberação. Por isso, optamos por esse novo caminho”, explicou o vice-prefeito e secretário de Coordenação Governamental de Guarujá, Duíno Verri Fernandes.

As duas empresas já haviam se comprometido a ceder, cada uma, 50 metros de terreno para o futuro acesso. No entanto, isso geraria um custo indenizatório, ainda não calculado oficialmente. Diante das circunstâncias, ficou acordado realizar a locação do espaço, ao custo de R$ 60 mil mensais, até a Fase 2 da Avenida Perimetral do Guarujá ser entregue pelo Governo Federal, o que deve ocorrer até o fim do próximo ano. Esta etapa da Perimetral prevê construir nesse mesmo local um novo acesso à zona portuária.

A Associação Comercial será a responsável pela construção da via, que terá oito faixas de rolamento (mais uma para acostamento), e também a locatária do espaço, de propriedade da Dow e da Fassina. As empresas vão cobrar o aluguel até que ocorra a desapropriação total da área. A Prefeitura, segundo Duíno, será responsável por viabilizar a licença de tráfego do trecho, assim como legitimá-lo.

“A situação já foi acordada. Mas, por enquanto, não tenho prazos”, explicou o vice-prefeito.

O secretário de transportes de São Paulo, Saulo de Castro, quando anunciou a construção da via, informou que ela seria entregue em junho, tempo mínimo para a licitação e a execução da obra. Como ela se torna particular, não será necessária a abertura de concorrência pública.

Duíno garante que, quando a construção for iniciada, em três semanas ela ficará pronta - se as condições climáticas forem favoráveis. A via terá 600 metros de comprimento e ligará a Rodovia Cônego Domênico Rangoni e a Avenida Santos Dumont, em Vicente de Carvalho. Segundo ele, a rua será exclusiva para caminhões de granéis, líquidos e sólidos.

Os veículos com contêineres terão de continuar usando a Rua Idalino Pinês (a Rua do Adubo), hoje, a única ligação entre a Cônego e a Santos Dumont.

O diretor da Associação Comercial de Guarujá Heitor Carbone Junior foi procurado por A Tribuna para comentar a mudança de planos. Por indisponibilidade de agenda, ele se comprometeu a falar oficialmente hoje, ao longo do dia. Mas, durante a entrevista na Prefeitura de Guarujá, ele confirmou as informações, ao ser consultado pelo vice-prefeito, Duíno Fernandes.

Contrapartida

O Estado, por meio da Agência de Transportes de São Paulo (Artesp) e do Departamento de Estradas de Rodagem (Der), havia se predisposto a financiar a obra do novo acesso. Com a mudança, a Prefeitura de Guarujá sugeriu que o investimento fosse transferido para outro local. “Pedimos para o Governo do Estado construir uma via marginal, ao custo de R$ 10 milhões, na rodovia, para ser usada só por caminhões”, contou Duíno.

O projeto já foi apresentado como contrapartida para o secretário de transportes, que estuda a viabilização. A marginal tiraria os caminhões da Domênico Rangoni, cuja as faixas, naquele trecho, ficariam exclusivas para os veículos de passeio que acessam o Distrito de Vicente de Carvalho.

O secretário estadual de Transportes foi procurado, mas não foi localizado até o fechamento desta edição.

Fonte.: A Tribuna