Aprovada no ano passado, a Lei dos Caminhoneiros (12.619/12), que
levou vários motoristas a realizar greves em todo o País, volta à Câmara para
sofrer alterações. Comissão Especial criada nesta quarta-feira promete
apresentar em 30 dias um conjunto de propostas para modificar a lei federal
que obriga caminhoneiros a descansar 11 horas entre uma jornada e outra de
trabalho. A lei também exige um intervalo de 30 minutos a cada quatro horas
ao volante.
A comissão elegeu para presidente o ex-caminhoneiro e deputado, Nelson
Marquezelli (PTB-SP). Em seu discurso de posse, Marquezelli destacou a
importância econômica desse profissional para as exportações e para o
abastecimento interno.
Alta no frete
De acordo com o presidente da comissão, que é produtor de laranja, a
lei atual encarece o valor do frete e prejudica, principalmente, os
transportadores autônomos. "Não tenha dúvida de que a Lei 12.619
provocou uma alta no transporte de quase 40% e inviabilizou segmentos
produtivos mais longe do porto de Santos. Esqueceram o pequeno transportador,
o interior do Brasil. Não conversaram com aqueles que produzem o que é
transportado em cima dos caminhões. Ou seja, só pode viajar durante o dia e,
a cada quatro horas, tem que parar meia hora. Isso tem um custo. E quem vai pagar
esse custo?
Eleito para ser o relator da comissão, o deputado Valdir Colatto
(PMDB-SC), da bancada ruralista, afirma que a Lei dos Caminhoneiros não foi
discutida com os profissionais do setor antes da aprovação. "Faltou
ouvir os atores do processo, que são os caminhoneiros, as empresas de
transporte rodoviário e também os autônomos. Esses é que sabem onde é que
está o problema e como encaminhar a solução. Basta que o Congresso brasileiro
ouça quem está no setor, ouvindo os problemas e buscando as soluções. As
soluções, nós temos que buscar"
A próxima reunião da comissão especial será na quarta (20), às 14h30,
para definir o cronograma de trabalho. O colegiado será formado por 27
titulares e 27 suplentes.
A criação da comissão foi acertada no mês passado. Na ocasião o
presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, pediu pressa aos líderes
partidários "para indicação dos nomes e composição da mesa diretora da
comissão".
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Fonte.: Agência Câmara
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