Portuários vinculados, avulsos e terceirizados de todos os portos
brasileiros entraram em greve na sexta-feira (22) contra a Medida Provisória
595-2012, que prevê mudanças nas atividades portuárias. Segundo o Sindicato dos
Estivadores, cerca de quatro mil trabalhadores participarão do ato no Porto de
Santos e cerca de 30 mil portuários em todo o país estão de greve.
Os portuários se reuniram em frente ao posto de escalação do Orgão
Gestor de Mão de Obra (Ogmo) com faixas para protestar contra da MP 595. Os
trabalhadores participaram da escalação do Ogmo como fazem todos os dias. Eles
foram para os terminais portuários, mas paralisam as atividades. Eles ficarão
um turno em greve, das 7h às 13h. De acordo com o Sindicato do Estivadores,
quatro mil trabalhadores irão parar as atividades do Porto de Santos. Apenas os
vigias irão trabalhar normalmente.
O Tribunal Superior do Trabalho deferiu na noite da quinta-feira (21)
uma liminar que proíbe os sindicatos de paralisarem os portos. Mas, em Santos,
os sindicatos dizem que não foram avisados.
Os trabalhadores também poderão paralisar as atividades por dois
períodos seguidos, das 7 às 19 horas.
De acordo com o Sindicato dos
Estivadores, os nove sindicatos de Santos estarão reunidos, na tarde desta
sexta-feira ou na manhã de segunda-feira (25), para deliberar sobre essa
possibilidade da greve de 12h. Na terça-feira (26) eles repetirão a greve, das
13h às 19h. E na quarta-feira (27), os sindicalistas voltarão a Brasília para
acompanhar o início dos trabalhos da comissão mista de deputados e senadores
para analisar a MP.
O Porto de Santos é o maior da América Latina e, por isso, grande parte
das mercadorias do Brasil passam por Santos. Em 2012, o Porto de Santos
movimentou mais de 104 milhões de toneladas e mais de 5.500 navios atracaram no
cais.
MP 595
A medida provisória foi lançada pelo governo federal em dezembro de
2012, junto com um pacote de investimentos de R$ 56 bilhões. O objetivo do
governo é promover a competitividade na economia brasileira, pondo fim aos
entraves do setor. Os trabalhadores cadastrados no Orgão Gestor de Mão de Obra
(Ogmo) dizem que eles terão prejuízo com a MP 595, já que a medida abrirá o
mercado de trabalho para quem não tem registro nem cadastro no Ogmo, o que
diminuirá mais os salários.
Além do Porto de Santos, segundo o Sindicatos dos Estivadores, também estarão paralisados os portos de Alagoas, Amapá, Amazonas, Baia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe.
Fonte: G1