Os caminhões que trafegam pela BR 070 são obrigados a parar por causa
dos galhos e troncos que os índios colocam sobre o asfalto. A rodovia que
liga Mato Grosso a Goiás passa ao lado de várias aldeias xavantes. “Eles
exigem a parada com arco e flecha ameaçando as pessoas. Inclusive alguns
motoristas têm corrido do veículo dele para o meio do mato para não sofrer
agressões físicas”, diz Fabiano Jandrei, chefe de operações da Polícia
Rodoviária Federal-MT.
De acordo com a polícia rodoviária, os índios exigem R$ 50 de pedágio
para liberar os caminhões. Os motoristas que se recusam a pagar são atacados.
Fotos feitas pelos policiais mostram os xavantes retirando caixas de
alimentos de um caminhão frigorífico. Os índios também aparecem levando todo
o carregamento de óleo vegetal.
As carretas que se acidentam na rodovia também são saqueadas. Em outra
foto, os índios aparecem ensacando o farelo de soja que caiu no acostamento.
Eles também posam ao lado de um carregamento de botijões de gás.
O relatório com as provas da ação dos xavantes foi encaminhando para a
Polícia Federal, que já abriu inquérito para investigar o caso. Os índios são
acusados de extorsão, ameaça e furto.
“Não é aquele índio isolado. São índios que tem documentação. Muitos
até dirigem veículo próprio, têm carteira de motorista. São índios que
respondem normalmente pelos seus atos”, afirma Renato Sayão, delegado da
Polícia Federal-MT.
A onda de saques começou depois que os policiais apreenderam um carro
roubado dirigido por um índio.
O coordenador regional da Funai, Rafael Oliveira, disse que a Polícia
Florestal deve identificar os xavantes envolvidos e também, os que não são
índios e que estão comprado as cargas saqueadas.
Segundo o coordenador, a Funai não pode intervir em crimes que
acontecem fora da área indígena. Mas vem tentando conscientizar os xavantes
sobre a gravidade desse tipo de conduta.
Fonte: Jornal Hoje
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