A ERS-389, popularmente conhecida como Estrada do Mar, é uma das
rodovias mais perigosas para se trafegar no Rio Grande do Sul. A via, que
liga os municípios de Osório e Torres, no Litoral Norte gaúcho, tem pistas
simples, uma em cada direção, o que faz com que acidentes, a maioria
resultantes de ultrapassagens mal calculadas, ocorram com frequência,
principalmente nos meses mais quentes do ano, quando o fluxo de pessoas em
direção às praias aumenta. Em razão desse quadro estrutural, a circulação de
ônibus e caminhões sempre foi proibida na rodovia. A norma, porém, foi
alterada.
Os Conselhos Administrativo e Rodoviário do Departamento Autônomo de
Estradas de Rodagem (Daer) aprovaram a liberação para o tráfego de veículos
de carga, bem como transporte de passageiros na Estrada do Mar, com horários
e dias pré-estabelecidos. O procedimento para a emissão da Autorização
Especial de Circulação (AEC) também foi regulamentado. A nova resolução
entrou em vigor na segunda-feira (10).
A partir de agora, estão liberados para o tráfego diário na ERS-389 os
veículos de até 12 toneladas, para transporte de passageiros de linhas
regulares (devidamente cadastradas e homologadas no Recefitur do Daer), no
trecho Osório - Torres, transporte de estudantes e de fretamento e turismo.
Para elaborar a alteração, levou-se em consideração o volume diário médio
(VDM) da rodovia, o qual foi dividido em alta temporada (dezembro a março) e
baixa temporada (abril a novembro).
“Nosso objetivo é ajudar no desenvolvimento dos empreendimentos de
lazer e turismo, que vêm crescendo a cada ano às margens da rodovia, e
colaborar também no aumento da produtividade da região”, observa o diretor de
Transportes Rodoviários do Daer, Saul Sastre.
A alteração no regramento já havia sido solicitada pelo prefeito de
Arroio do Sal, Luciano Pinto da Silva, devido ao transtorno que é para a
população ter acesso à BR-101, e pela Interpraias não ser uma via adequada
para o deslocamento de veículos de carga. “Esta grande ação é mais um passo
para o crescimento do nosso município”, destaca o prefeito.
Conforme o superintendente-adjunto da área de Transporte de Cargas do
Daer, Oluarbi Alves, a mudança se deu em razão dos prejuízos que as cidades
que margeiam a rodovia sofriam, prejudicando o seu desenvolvimento. “Eles
estavam, praticamente, sitiados.” Segundo Alves, a alteração foi fruto de uma
elaborada análise, e não trará riscos à segurança de quem trafega pela
estrada. “Não é uma mudança muito radical”, conclui.
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Fonte.: Jornal do Comércio/RS
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