Um projeto que endurece a lei seca, tornando válidos novos meios para
provar a embriaguez de um motorista ao volante, que não apenas o bafômetro,
foi aprovado ontem à noite pelo Senado.
O texto do projeto de lei foi aprovado sem modificações em relação ao
que passou pela Câmara. Agora, ele segue para a sanção da presidente Dilma
Rousseff, que apoia as mudanças.
A tramitação do projeto, proposto pelo deputado federal Hugo Leal
(PSC-RJ), foi acelerada porque o Planalto comunicou aos líderes da base no
Congresso que a presidente Dilma deseja sancionar a lei antes do Natal, de
forma que as novas regras já valham para as festas de fim de ano.
Entre os meios que passam a ser aceitos para comprovação da embriaguez
do motorista ao volante estão o depoimento do policial, vídeos, testes
clínicos e testemunhos de terceiros.
Atualmente, é crime dirigir sob a influência de drogas e álcool -a
proporção é de 6 dg/L (decigramas por litro) de sangue-, mesmo sem oferecer
risco a terceiros.
O índice só pode ser medido por bafômetro ou exame de sangue. Como
ninguém é obrigado a produzir prova contra si mesmo, é comum o motorista se
recusar a passar por esses exames, ficando livre de acusações criminais.
MAIS RIGOR
Com a mudança no texto, o limite de 6 dg/L se torna apenas um dos
meios de comprovar a embriaguez do motorista. O crime passaria a ser dirigir
"com a capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool
ou outra substância psicoativa que determine dependência".
Ao condutor será possível realizar a contraprova, ou seja, se submeter
ao bafômetro ou a exames de sangue para demonstrar que não consumiu acima do
limite permitido pela legislação.
O projeto também dobra a multa aplicada a quem for pego dirigindo
embriagado: dos atuais R$ 957,70 para R$ 1.915,40, valor que pode dobrar em
caso de reincidência em um período de 12 meses.
Ficam mantidas a suspensão do direito de dirigir por um ano para quem
beber qualquer quantidade e o recolhimento da habilitação e do veículo.
Álcool e mortes
192.188 acidentes em 2011 de acordo com a Polícia Rodoviária Federal 7.551 desses acidentes, estavam associados à bebida e causaram 345 mortes nas estradas do país. |
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Fonte.: Folha de S. Paulo
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