Anunciado
pelo governo do Estado em maio como estratégia para baixar preços, o novo
serviço de cobrança eletrônica de pedágio está atrasado quase dois meses.
Os
produtos da Auto Expresso, que concorrem com o Sem Parar, já deveriam ser
oferecidos aos motoristas que trafegam pelas rodovias sob concessão desde 1.º
de setembro. As antenas para leitura de "tag" - dispositivo que
registra a cobrança quando o veículo se aproxima da cancela - também já estão
instaladas. Mas o único serviço ativo hoje em todo o Estado continua sendo o
Sem Parar.
Apenas
três concessionárias concordaram com o novo sistema, que é gerenciado pelo
DBTrans. Já usam o Auto Expresso a CART, na região de Bauru, a SPMar, no Trecho
Sul do Rodoanel, e a Rota das Bandeiras, na Rodovia Dom Pedro I. As outras
concessionárias, segundo a DBTrans, solicitaram alterações do contrato.
No total,
o governo do Estado tem 19 estradas administradas sob o regime de concessão.
Parte das concessionárias que ainda não aceitaram adotar o novo sistema de
pedágio eletrônico são ligadas ao Grupo STP, do Sem Parar. É o caso das
responsáveis pelas Rodovias Anhanguera, Bandeirantes, Castelo Branco e Raposo
Tavares, do Grupo CCR, que também gerencia o Trecho Oeste do Rodoanel.
Anchieta, Imigrantes, Ayrton Senna e Carvalho Pinto são da EcoRodovias. A STP
informa, em seu site, que 38,25% de suas ações pertencem à CCR e 12,75%, à
EcoRodovias.
Concorrência.
Um dos argumentos usados pelo governo do Estado para abrir o mercado de pedágio
eletrônico era o de estimular a concorrência. O Sem Parar, por exemplo,
extinguiu a taxa de adesão que era cobrada antes da concessão ao Auto Expresso.
Também foi criado um plano pré-pago. O Auto Expresso, quando começar a ser
vendido, também terá um plano pré-pago.
O
professor de Análise Econômica do Direito da Fundação Getúlio Vargas (FGV)
Cleveland Prates explica que a concorrência é benéfica para os usuários.
"A empresa pode não ter incentivos para deixar que outras entrem no
negócio, porque ela já cobra o preço de monopólio pelo serviço." Com
concorrentes, o preço final para o consumidor pode baixar.
O
consultor de viagens Rogério Marques, de 32 anos, usa o Sem Parar em seu carro
cerca de 20 vezes por mês, entre pedágios e estacionamentos que aceitam o
serviço. Ele diz que, se houvesse concorrência, cogitaria trocar de operadora.
"Com certeza, pesquisaria e verificaria qual me traria mais
benefícios."
Contratos.
A Agência Reguladora dos Transportes de São Paulo (Artesp) informou que
"identificou divergências no contrato oferecido pela DBTrans às outras
concessionárias" e "vem tentando mediar soluções para que os
contratos sejam assinados". A CCR disse que "as negociações para a
implantação do sistema Auto Expresso" em suas rodovias "estão em
andamento". A EcoRodovias afirmou que "não há qualquer tipo de
conflito de interesses" e que já instalou as antenas e fez
"ajustes". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo .
Fonte.: Agência Estado