segunda-feira, 4 de junho de 2012

Aumenta procura em Sorocaba pelo diesel S-50


O número de postos de combustíveis de Sorocaba que oferecem o óleo diesel com baixo teor de enxofre, conhecido como S-50 (50 partes de enxofre por milhão de particulados), subiu de um para dez desde janeiro deste ano - ao todo são 120 postos na cidade. Com essa medida, o reflexo já começou a ser sentido pelo setor, pois um número maior de motoristas passou a aderir a esse novo tipo de diesel, que é menos poluente. Segundo o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo (Sincopetro) de Sorocaba, Jorge Marques, os estabelecimentos da cidade e da região estão ainda em uma fase de adequação e ele acredita que, a partir do segundo semestre, um número maior de postos deverá o oferecer o produto, fazendo com que a adesão tenha uma crescimento mais significativo.

O gerente de um posto instalado na rodovia Raposo Tavares, Paulo Sérgio Benedito, revela que, quando o óleo diesel S-50 passou a ser distribuído no início deste ano, a procura foi muito tímida, porém ela vem superando as suas expectativas nos últimos tempos. "Nós achávamos que somente os motoristas de caminhões modelo 2012 (que já foram fabricados priorizando a utilização desse combustível menos poluente) iriam procurar esse diesel. Mas hoje vemos que motoristas de vans e microônibus também passaram a usar", afirma Benedito. Segundo ele, a cada 10 dias são comercializados 5 mil litros de diesel S-50 em seu posto. "Muitos dizem que escolhem o S-50 por ele proporcionar mais economia e por ser menos poluente", ressalta.

O caminhoneiro Irineu Rocha Azevedo, 45 anos, passou a utilizar o S-50 desde que a transportadora para a qual trabalha adquiriu um caminhão modelo 2012.
Contando com sua experiência de 15 anos no ramo, o caminhoneiro diz que o novo combustível oferece mais potência ao motor e também destaca o menor impacto ao meio ambiente. "Ele dá um bom desempenho nas subidas para o caminhão", constata. O problema, segundo ele, é a falta de postos que possuem o produto disponível. "Eu passei por Goiás esses dias e não conseguia encontrar nenhum posto com o S-50. Então meu combustível acabou e eu tive que parar na estrada e pagar para alguém ir buscar para mim no posto mais perto", conta Azevedo.

A motorista de van escolar Maria José Costa Britto, 54, também resolveu optar pelo óleo diesel S-50, deixando de lado o S-500 que costumava usar e que emite mais partes de enxofre à atmosfera. "Eu achei que a van ficou mais econômica", afirma ela, apesar de o S-50 ser R$ 0,10 mais caro que o S-500. Atualmente, o novo diesel custa em torno de R$ 2,09 o litro, enquanto o comercializado há mais tempo sai por R$ 1,99.

Diferentemente de Azevedo e Maria José, o caminhoneiro Moacir Tronconi, 64, ainda não aderiu ao óleo diesel menos poluente. Segundo ele, isso parte da transportada para a qual trabalha, pois o seu caminhão é de modelo anterior a 2012, portanto não há a necessidade, ainda, de somente abastecer com o S-50. "Como o caminhão é da empresa, então eles optam por a gente abastecer o mais barato", explica. Mas, de acordo com ele, a transportadora já está tentando se adaptar, para começar a se preocupar mais com o Meio Ambiente. "A firma mandou o outro caminhão abastecer com o novo diesel esses dias, para ver se compensa e porque é melhor para o Meio Ambiente."

Adaptação

Segundo o presidente do Sincopetro de Sorocaba, desde que Agência Nacional do Petróleo (ANP) publicou uma resolução, em janeiro, com novas regras para garantir o abastecimento em todo o Brasil de diesel de baixo teor de enxofre, os postos de Sorocaba vêm tentando se adaptar, porém isso ainda não aconteceu em grande escala. "Não existe muita intensidade nessas adequações, pois ainda não existem tantos caminhões que somente consomem esse produto (os de modelo 2012), foram vendidos poucos. Por a procura ser baixa, os postos ainda não têm ainda interesse em vender o produto, além de ele ser mais caro", afirma.

Para Marques, um maior reflexo a respeito dessas mudanças começarão a ser sentidas no comércio de Sorocaba a partir do segundo semestre, quando um número maior de postos deverá passar a fornecer o S-50, na medida em que a produção do novo diesel seja aumentada.

Fonte: Cruzeiro do Sul