O número de
postos de combustíveis de Sorocaba que oferecem o óleo diesel com baixo teor de
enxofre, conhecido como S-50 (50 partes de enxofre por milhão de particulados),
subiu de um para dez desde janeiro deste ano - ao todo são 120 postos na
cidade. Com essa medida, o reflexo já começou a ser sentido pelo setor, pois um
número maior de motoristas passou a aderir a esse novo tipo de diesel, que é
menos poluente. Segundo o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de
Derivados de Petróleo (Sincopetro) de Sorocaba, Jorge Marques, os
estabelecimentos da cidade e da região estão ainda em uma fase de adequação e
ele acredita que, a partir do segundo semestre, um número maior de postos
deverá o oferecer o produto, fazendo com que a adesão tenha uma crescimento
mais significativo.
O gerente
de um posto instalado na rodovia Raposo Tavares, Paulo Sérgio Benedito, revela
que, quando o óleo diesel S-50 passou a ser distribuído no início deste ano, a
procura foi muito tímida, porém ela vem superando as suas expectativas nos
últimos tempos. "Nós achávamos que somente os motoristas de caminhões
modelo 2012 (que já foram fabricados priorizando a utilização desse combustível
menos poluente) iriam procurar esse diesel. Mas hoje vemos que motoristas de
vans e microônibus também passaram a usar", afirma Benedito. Segundo ele,
a cada 10 dias são comercializados 5 mil litros de diesel S-50 em seu posto.
"Muitos dizem que escolhem o S-50 por ele proporcionar mais economia e por
ser menos poluente", ressalta.
O
caminhoneiro Irineu Rocha Azevedo, 45 anos, passou a utilizar o S-50 desde que
a transportadora para a qual trabalha adquiriu um caminhão modelo 2012.
Contando
com sua experiência de 15 anos no ramo, o caminhoneiro diz que o novo
combustível oferece mais potência ao motor e também destaca o menor impacto ao
meio ambiente. "Ele dá um bom desempenho nas subidas para o
caminhão", constata. O problema, segundo ele, é a falta de postos que
possuem o produto disponível. "Eu passei por Goiás esses dias e não
conseguia encontrar nenhum posto com o S-50. Então meu combustível acabou e eu
tive que parar na estrada e pagar para alguém ir buscar para mim no posto mais
perto", conta Azevedo.
A
motorista de van escolar Maria José Costa Britto, 54, também resolveu optar
pelo óleo diesel S-50, deixando de lado o S-500 que costumava usar e que emite
mais partes de enxofre à atmosfera. "Eu achei que a van ficou mais
econômica", afirma ela, apesar de o S-50 ser R$ 0,10 mais caro que o
S-500. Atualmente, o novo diesel custa em torno de R$ 2,09 o litro, enquanto o
comercializado há mais tempo sai por R$ 1,99.
Diferentemente
de Azevedo e Maria José, o caminhoneiro Moacir Tronconi, 64, ainda não aderiu
ao óleo diesel menos poluente. Segundo ele, isso parte da transportada para a
qual trabalha, pois o seu caminhão é de modelo anterior a 2012, portanto não há
a necessidade, ainda, de somente abastecer com o S-50. "Como o caminhão é
da empresa, então eles optam por a gente abastecer o mais barato",
explica. Mas, de acordo com ele, a transportadora já está tentando se adaptar,
para começar a se preocupar mais com o Meio Ambiente. "A firma mandou o
outro caminhão abastecer com o novo diesel esses dias, para ver se compensa e
porque é melhor para o Meio Ambiente."
Adaptação
Segundo o
presidente do Sincopetro de Sorocaba, desde que Agência Nacional do Petróleo
(ANP) publicou uma resolução, em janeiro, com novas regras para garantir o
abastecimento em todo o Brasil de diesel de baixo teor de enxofre, os postos de
Sorocaba vêm tentando se adaptar, porém isso ainda não aconteceu em grande
escala. "Não existe muita intensidade nessas adequações, pois ainda não
existem tantos caminhões que somente consomem esse produto (os de modelo 2012),
foram vendidos poucos. Por a procura ser baixa, os postos ainda não têm ainda
interesse em vender o produto, além de ele ser mais caro", afirma.
Para
Marques, um maior reflexo a respeito dessas mudanças começarão a ser sentidas
no comércio de Sorocaba a partir do segundo semestre, quando um número maior de
postos deverá passar a fornecer o S-50, na medida em que a produção do novo
diesel seja aumentada.
Fonte:
Cruzeiro do Sul