Cerca de
200 caminhões carregados com frutas, cebolas e outros produtos perecíveis da
Argentina estão parados na fronteira que separa Bernardo Yrigogen (Argentina)
de Dionísio Cerqueira, em Santa Catarina, impedidos de entrar no País.
Segundo
confirmou fonte da aduana argentina à Agência Estado, "exigências
relacionadas ao controle fitossanitário retardam a entrada da mercadoria".
O maior rigor é parte da represália ao governo argentino pelas barreiras a
produtos brasileiros.
A fonte
prevê a normalização do fluxo do trânsito só na sexta-feira da próxima semana.
"Amanhã (hoje) é feriado na Argentina; depois vem o fim de semana, e o
caminhão que conseguir entrar hoje no parque de estacionamento só começará a
ser atendido a partir de segunda-feira, disse a fonte. Ele também informou que
o atraso não se deve somente ao endurecimento do Brasil mas também a uma
reforma no estacionamento da alfândega de Dionísio Cerqueira, cuja capacidade
de acomodação está reduzida de 200 para 20 caminhões, o que os obriga a
estacionar em fila ao longo da rodovia que liga os dois países.
"Esse
problema se junta com a demora pelas medidas fitossanitárias, que não têm a ver
com o nosso trabalho na aduana", disse o funcionário. Segundo ele, os
organismos de saúde agroalimentar de ambos os países estão autorizando somente
a entrada de 20 a 30 caminhões de cebola por dia. "Mas nós temos capacidade
de processar o dobro disso", afirmou a fonte. A reação do Brasil de impor
barreiras aos produtos argentinos vinha sendo sinalizada desde abril, quando o
Ministério de Agricultura passou a exigir licenças às importações de uvas,
maçãs e peras.
A demora
começou a ser percebida após a visita a Brasília do secretário de Comércio
Interior, Guillermo Moreno, quando prometeu um "gesto de boa vontade"
para destravar o comércio, começando pela liberação da carne suína brasileira
no mercado argentino. Na segunda-feira, ele anunciou que havia liberado essas
importações, mas até o momento isso não ocorreu, segundo o presidente da
Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína
(Abipecs), Pedro de Camargo Neto (leia acima).
Estão
travadas as exportações argentinas de uva passa, farinha de trigo, maçãs,
peras, azeitonas, merluza, leite em pó, batatas pré-congeladas e vinhos.
Fonte: O Estado de S.Paulo