O tempo médio entre a atracação de uma embarcação no porto do Rio de
Janeiro e a entrega da mercadoria ao produtor foi de quase 16 dias em maio,
segundo estudo da Receita Federal, divulgado ontem em Brasília.
A maior parte desse tempo é gasta no licenciamento da mercadoria,
responsabilidade tanto do órgão anuente quanto do importador. Em segundo
lugar está o tempo levado na entrega da carga, depois de completamente
desembaraçada. Em seguida, vem o tempo para o importador obter o
licenciamento da mercadoria e conseguir o despacho.
Outros procedimentos são a informação da presença da carga no porto,
que é de responsabilidade do operador portuário e do depositário da carga, e
o desembaraço aduaneiro, de responsabilidade da Receita e do importador.
"As questões de tempo não dependem exclusivamente do Estado, mas
também da maior atuação dos interessados e da própria logística do
processo", explicou o subsecretário de Aduanas e Relações Internacionais
da Receita Federal, Ernani Checcucci.
Para diminuir esse tempo médio, a Receita está em "um processo
intenso de aproximação com a Secretaria Especial de Portos", disse o
subsecretário. O estudo será ampliado para todos os 38 portos brasileiros até
o fim deste ano.
Segundo Checcucci, as declarações aduaneiras, exigência burocrática da
Receita em importações e exportações, acompanharam a elevação na corrente de
comércio e cresceram no primeiro semestre de 2013 ante igual período de 2012,
mas o tempo médio de retenção nas aduanas caiu no período.
O desembaraço envolvido nas importações avançou 14,49% no período,
passando de 1,04 milhão de declarações no período para 1,252 milhões de
declarações. A expedição de documentos relacionados à exportação aumentou
1,7% na mesma comparação, saindo de 572 mil despachos entre janeiro e junho
de 2012 para 582 mil despachos em igual período deste ano.
Apesar desse aumento no volume de trabalho, o grau de fluidez na
importação, que mede a quantidade de produtos que foram desembaraçados em
menos de 24 horas, aumentou na mesma comparação. Ele foi de 84,48% em junho
de 2013, ante 82,45% em dezembro de 2012.
O tempo médio bruto de despacho das importações caiu de 2,01 dias em
todo o ano de 2012 para 1,69 dia no primeiro semestre de 2013. Nas
exportações, esse tempo passou de 11,04 horas em 2012 para 7,2 horas em 2013.
O tempo médio bruto quantifica a demora entre o registro da declaração
na importação e a recepção de documentos na exportação ao desembaraço das
mercadorias. É a forma de medida para a agilidade da atuação da Receita.
"Esse avanço é fruto das iniciativas que a Receita começou no ano
passado e que agora estão trazendo resultados para o país", o
subsecretário.
A arrecadação tributária aduaneira, por sua vez, caiu 10,88% entre o
primeiro semestre de 2012 e o mesmo período deste ano. Neste ano, os impostos
incidentes sobre o comércio exterior totalizaram R$ 42,77 bilhões, ante R$
47,993 bilhões nos seis primeiros meses de 2012.
A Receita apontou duas causas para essa queda: a diminuição na
alíquota da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), em junho
de 2012, e algumas desonerações que ocorreram durante o período no Imposto
sobre Produtos Industrializados (IPI) vinculado ao comércio exterior. "A
arrecadação aduaneira sofreu alterações decorrentes da politica tarifária",
disse Checcucci.
A Cide respondeu por R$ 2,509 bilhões da arrecadação do primeiro
semestre de 2012. Já no primeiro semestre deste ano, nada foi arrecadado. O
IPI incidente sobre a importação caiu 11,5% e atingiu R$ 6,626 bilhões entre
janeiro e junho de 2013, ante R$ 7,487 bilhões em igual período de 2012.
A Cofins cresceu 13,35% na mesma comparação (de R$ 14,956 bilhões para
R$ 17,096 bilhões), o Imposto de Importação avançou 13,35% (de R$ 13,708
bilhões para R$ 15,538 bilhões) e 9,21% no PIS - Importação (de R$ 3,215
bilhões para R$ 3,511 bilhões).
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Fonte.: Valor Econômico
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