As multas para quem invade as faixas e corredores de ônibus dispararam
nos primeiros seis meses da gestão Fernando Haddad (PT) e já ultrapassam as
aplicadas por uso de celular no volante.
Essas invasões às pistas exclusivas do transporte coletivo foram as
multas que mais cresceram em São Paulo.
Segundo balanço da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), foram
aplicadas 226 mil de janeiro a junho, 39% a mais do que no mesmo período de
2012.
A quantidade é a maior já registrada pela companhia em seis meses e
supera até a registrada em 2009 inteiro.
Invadir faixas à direita rende multa de R$ 53,20 e três pontos na
habilitação. À esquerda, nos corredores de ônibus, a punição é de R$ 127,69 e
cinco pontos.
A disparada dessas multas é explicada pelo aperto da fiscalização e
pela expansão de faixas exclusivas de ônibus --que se tornaram prioridade na
gestão Haddad.
No início do ano, a cidade tinha 122 km dessas faixas à direita. Desde
então, foram implantados mais 82 km.
Após os recentes protestos pela redução da tarifa de ônibus, Haddad
antecipou a meta de entregar 150 km de faixas e a elevou para 220 km.
Segundo Haddad, até o fim do ano "todas as grandes avenidas de
São Paulo vão contar com faixas exclusivas".
Pelo cronograma da CET, a próxima grande avenida a ter faixa exclusiva
será a 23 de Maio, até o fim de agosto.
Além do aumento da quantidade de vias proibidas, o motorista passou a
ter mais gente fiscalizando a infração.
Entre maio e junho, 690 fiscais da SPTrans (empresa municipal de
transporte) passaram por capacitação e foram habilitados a multar invasões
--assim como os 1.854 marronzinhos da CET.
A companhia diz que a fiscalização foi intensificada porque "uma
das principais metas da gestão é aumentar" as vias exclusivas e a
velocidade média dos ônibus.
Além dos fiscais da SPTrans e CET, essas multas são aplicadas por 72
radares.
Para especialistas, a sinalização das faixas também deve ser
intensificada. "Algumas faixas eram preferenciais e agora são
exclusivas, isso gera confusão. O aprendizado é doloroso, pelas multas",
diz o consultor Sergio Ejzenberg.
Horácio Figueira, mestre em transportes pela USP, defende que seja
ampliado e padronizado o horário de funcionamento das faixas.
INSPEÇÃO
Também cresceram as multas por falta de inspeção veicular - -10%. O
fim da taxa e da vistoria anual foi uma das primeiras medidas articuladas por
Haddad neste ano.
No total, a quantidade de multas teve queda de 1%, chegando a 4,7
milhões.
A maioria das autuações continua sendo por excesso de velocidade e
desrespeito ao rodízio --flagradas pelos radares, responsáveis por 74% do
total de multas.
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Fonte.: Folha de S. Paulo
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