As sete concessões de rodovias federais entregues à iniciativa privada
em 2007 fizeram, em média, só 12% do que deveriam em grandes obras de
duplicação nos 2.600 km de estradas federais sob sua responsabilidade.
Seus contratos, quando assinados, determinavam que concluíssem 11
intervenções de grande porte até março deste ano. Nenhuma está totalmente
pronta e boa parte nem sequer começou.
Os números, levantados pela Folha com dados obtidos via Lei de Acesso
à Informação, apontam que as empresas deveriam ter gasto R$ 1,3 bilhão
(valores de 2007 não atualizados) nessas construções em cinco anos. Não foram
nem R$ 200 milhões.
O governo planeja para setembro uma nova rodada de concessões, com 7.500
km de extensão e meta de duplicar 5.500 km.
As concessões de 2007 ficaram conhecidas como as do "pedágio a R$
1", que era o preço presumido da tarifa.
Foram conduzidas na etapa final pela então ministra da Casa Civil,
Dilma Rousseff, hoje presidente. As empresas propuseram pedágio com valor
baixo para ganhar a concorrência --o que, na época, foi comemorado pelo
governo e usado politicamente.
Ao assumirem as estradas, as concessionárias comprometeram-se com
gastos em três áreas: recuperação, manutenção e melhoramentos (ou ampliação)
da rodovia.
As 11 obras de grande porte representavam 40% das melhorias, o que
inclui passarelas, desvios e praças de pedágio.
Concessionárias concentraram-se nas pequenas intervenções, nas quais tiveram
desempenho melhor, elevando a média do gasto total desse item a cerca de
30%.Mas, nas grandes obras, há casos extremos.
As rodovias do Aço (RJ) e Transbrasiliana (SP) gastaram quase nada em
duplicação.
Na Régis Bittencourt (BR-116 entre PR e SP), de uma duplicação de 30
km na serra do Cafezal, ainda faltam 19 km.
Especialistas apontam dois problemas: estudos malfeitos --que
colaboram para a demora na obtenção das licenças-- e pedágio barato.
As empresas tiveram nos cinco anos receitas dentro do projetado. Mas
não o suficiente para garantir, só com elas, investimentos. Dificuldades de
financiamento devido à crise mundial de 2008 levaram-nas a atrasar as obras o
quanto podiam.
A ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) vinha atribuindo
os atrasos exclusivamente aos problemas dos projetos. Mas deficiências da
agência ajudaram indiretamente concessionárias a não cumprir prazos.
Viviane Esse, superintendente de Infraestrutura Rodoviária da ANTT,
disse que, ao assumir o setor, em outubro de 2012, encontrou pedidos de
autorização de obras das concessionárias sem análise havia um ano.
OUTRO LADO
Natália Marcassa, diretora da ANTT, afirma que as concessões de 2007
executaram a maior parte das exigências de recuperação e manutenção "sem
descumprimento generalizado" dos contratos.
"É preciso esclarecer que na manutenção e na recuperação não
temos problemas. Nos melhoramentos da rodovia, temos", afirmou.
Marcassa nega que os valores baixos dos pedágios sejam o motivo dos
problemas de ampliação, atribuindo-os ao fato de os projetos terem sido
licitados defasados.
A Arteris, responsável pela Régis Bittencourt e que comprou cinco das
sete concessões no ano passado da espanhola OHL, afirmou que gastou R$ 4,1
bilhões com as rodovias, sem distinguir se os valores são em melhoramentos e
recuperação.
Quanto às grandes obras, diz que está empenhada na obtenção de
licenças.
A Transbrasiliana informou que prestará esclarecimentos após finalizar
relatório solicitado pela ANTT.
A Acciona (Rodovia do Aço) não se pronunciou.
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Fonte.: Folha de S. Paulo
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