Os primeiros 500 metros da Avenida Perimetral da Margem Esquerda do
Porto, em Guarujá, serão abertos ao tráfego de veículos nesta quarta-feira
(15). Mas, diferentemente do estipulado em seu projeto, ela, de forma
provisória, receberá os trânsitos urbano e portuário. Isso em razão das obras
de reurbanização da Avenida Santos Dumont, que devem começar na mesma data.
A informação é da diretora de Trânsito da cidade, Quetelin Scalioni.
Ela explica que os trabalhos na Santos Dumont serão realizados em etapas,
para não tornar ainda mais caótico o fluxo de veículos naquela região.
“Está
no contrato da empresa (responsável pela obra) que ela deverá reordenar a
Avenida Santos Dumont”, comenta. Com a reforma, a via terá quatro faixas,
divididas por um canteiro central.
O trecho da avenida que será reurbanizado nessa primeira etapa fica
entre o Sítio Conceiçãozinha e a Rua Idalino Pinês (Rua do Adubo, principal
acesso de veículos de carga à Santos Dumont). “Todo o tráfego daquela região
passará a ocupar a nova via da Perimetral”, explica a diretora. Essa
intervenção ocorrerá até a entrega da obra completa da avenida portuária, prevista
para meados de julho.
Quando as obras forem concluídas, as avenidas Santos Dumont e
Perimetral terão o tráfego redistribuído, retomando o que estipula seus
projetos originais. A primeira, com quatro faixas, receberá apenas o trânsito
urbano. Haverá duas faixas para os veículos que seguem em direção à orla de
Guarujá e duas para os que vão ao centro de Vicente de Carvalho.
A Perimetral será utilizada pelo tráfego portuário. Suas cinco faixas
serão interligadas ao viaduto da Margem Esquerda do Porto, entregue há uma
semana.
A reurbanização da Santos Dumont é uma das obras previstas no projeto
da Avenida Perimetral da Margem Esquerda, coordenado pela Codesp e custeado
pelo Governo Federal através do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Balanço
A abertura do novo viaduto da Margem Esquerda ao tráfego completa hoje
uma semana. O elevado conseguiu eliminar por completo o conflito
rodoferroviário naquele trecho do Porto de Santos, facilitando o acesso aos
terminais. As reclamações, agora, concentram-se no cruzamento da Rua Idalino
Pinês (Rua do Adubo) com a Avenida Santos Dumont, onde são represados o
tráfego urbano e o de caminhões. “Parte do problema foi solucionado”,
comentou a diretora de trânsito da Prefeitura de Guarujá, Quetelin Scalion.
Segundo ela, com a entrega do viaduto, o tempo de sinal verde no
cruzamento das vias foi reajustado para dois minutos – período que pode ser
dobrado se houver grandes filas em direção aos terminais. Sobre os resultados
da medida e o impacto da obra, ela prefere aguardar. “A semana foi tranquila,
com média de 3 mil caminhões por dia, então é complicado fazermos um balanço
real”, explica. A média normal é de 5 mil caminhões diários.
Usuários
O caminhoneiro Elder Miranda conseguiu entrar no terminal portuário a
que se destinava no mesmo dia em que chegou a Guarujá. O fato surpreendeu o
motorista, que, desde o início do ano, transporta soja do Mato Grosso do Sul
até a Cidade. Ele estava “acostumado”, devido aos congestionamentos dos
últimos meses, a levar mais de um dia para percorrer o trajeto entre os
limites do município e a instalação marítima.
“Já fiquei mais de 36 horas na
espera. Dessa vez, não passou de 4 horas. Mas quero ver isso ser mantido”,
disse.
Logo depois de descarregar seu contêiner, o caminhoneiro Cláudio dos
Santos disse que o viaduto facilitou bastante o acesso aos terminais. “Mas a
saída tornou-se o problema. Esperamos demais para poder passar pela Avenida
Santos Dumont”.
Terminais
Entre as empresas, algumas já identificam reflexos do novo viaduto no
trânsito local. “O maior problema agora é a Rua do Adubo, pois qualquer fato
que aconteça por lá prejudica o resultado final”, comentou o gerente da
Localfrio, Luiz Ortiz.
Opinião semelhante tem a Santos Brasil, administradora do Terminal de
Contêineres (Tecon) de Santos. “Detectamos que, agora, há uma distribuição
maior de caminhões nos gates (portões) de acesso à instalação”, disse o
diretor superintendente, Luiz Felipe Golvêa.
Os executivos da Cargill, administradora do complexo que abrange o
Terminal Exportador de Açúcar do Guarujá (Teag) e o Terminal Exportador do
Guarujá (TEG), disseram que é cedo para avaliações. Os representantes da
Bunge, responsável pelo Terminal de Granéis de Guarujá (TGG) e pelo Terminal
Marítimo de Guarujá (Termag), também preferiram não se pronunciar.
A Codesp reafirma a posição de que, ao dia, foram conquistadas as
cinco horas que, até então, eram perdidas com a passagem dos trens.
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