A Câmara aprovou por meio de votação simbólica na noite de
terça-feira (14) o texto principal da medida provisória conhecida como MP dos
Portos, que estabelece um novo marco regulatório para o setor.
Depois da aprovação do texto-base, os deputados iniciaram a discussão
de 29 emendas (alterações do texto original), e o plenário aprovou um
requerimento que permitiu votar em bloco as emendas individuais.
Com isso, 19
emendas individuais foram rejeitadas. Restaram dez emendas aglutinativas (que
reúnem conjuntos de várias emendas individuais).
Somente depois da apreciação das emendas é que a votação da MP pode
ser considerada concluída.
Para não perder a validade, a MP tem de ser votada na Câmara e Senado
até quinta-feira (16). O Senado aprovou estender a sessão para receber ainda
nesta terça (14) o texto que vier a ser aprovado na Câmara.
O texto terá que
ser lido nesta terça para ser votado no dia seguinte pelos senadores.
O líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), defendeu a aprovação do
texto-base, mas ressaltou que o partido tem interesse em alterar a proposta
por meio de emendas.
Uma manobra do PT forçou Cunha a substituir sua versão da MP dos
Portos que alterava trechos do texto original e contrariava planos do governo
para abertura do setor. A manobra consistiu na retirada de uma emenda do
deputado Luiz Sérgio (PT-RJ) da emenda aglutinativa (que reúne várias emendas
individuais) apresentada por Eduardo Cunha.
O que é a MP dos Portos
A medida provisória 595/2012, conhecida como MP dos Portos, estabelece
novos critérios para a exploração e arrendamento (por meio de contratos de
cessão para uso) para a iniciativa privada de terminais de movimentação de
carga em portos públicos.
O governo quer que apenas as concessões de áreas em portos públicos
passem por licitação para serem exploradas. A proposta de Luiz Sérgio queria
colocar a exigência de licitação para portos públicos e privados.
O petista propunha que as autorizações para exploração de portos
privados fossem feitas por meio de licitação, e não por chamada pública ou
processo seletivo, como defendia o governo federal. O PMDB teve que abrir mão
da emenda depois que Luiz Sérgio solicitou a retirada da proposta.
O novo texto da bancada do PMDB é mais enxuto que a versão anterior,
encabeçada por Cunha, que gerou um mal-estar com o Palácio do Planalto e
motivou uma troca de acusações no plenário da Casa.
Mesmo assim, o líder do governo, Arlindo Chinaglia (PT-SP), afirmou
que “não há acordo” e que o PT votará contra as alterações. O texto da nova
emenda assinada por Eduardo Cunha mantém a previsão de procedimentos de
licitação, em portos públicos, a serem realizados pelos estados, e não apenas
pelo governo federal.
A proposta do PMDB prevê a possibilidade de a Agência Nacional de
Transportes Aquaviários (Antaq) delegar à administração do porto a
organização dos procedimentos de licitação para exploração de serviços
portuários. O texto original faculta apenas à Agência Nacional de Tranporte
Aquaviário (Antaq) a prerrogativa de realizar a licitação para concessão e
arrendamento dos portos.
Senado estende sessão para tentar votar MP dos Portos a tempo
A alteração feita pelo PMDB é apoiada pelo governador de Pernambuco,
Eduardo Campos (PSB), potencial candidato à Presdiência, porque garantiria
maior participação do estado na administração do Porto de Suape. O texto
original concentra no governo federal todo o poder de contratação e
elaboração de editais de licitação.
O texto da nova emenda do PMDB também prevê a possibilidade de ampliar
a área do porto, após audiência pública, em caso de “justificado interesse
público”. A decisão final sobre as alterações propostas pelo PMDB será no
voto, já que o governo não entrou em acordo com a sigla pelas alterações.
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Fonte.: G1
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