A movimentação de cargas via cabotagem no Brasil tende a crescer nos
próximos anos com o aumento de regras para o transporte rodoviário, de acordo
com estudo do Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos) divulgado na
quinta-feira (29/11).
A recente regulamentação que limita o tempo diário de trabalho do
motorista de caminhão faz aumentar o custo do transporte por rodovia, que
corresponde a 65,6% da matriz brasileira, diz o levantamento. "A lei do
motorista mostra a direção da regulamentação do modal rodoviário. Isso é um
impulsionador para todos os outros modais", afirmou o diretor de Desenvolvimento
de Negócios do Ilos, João Guilherme Araujo.
A mesma opinião tem o diretor-presidente da Log-In Logística
Intermodal S/A, Vital Jorge Lopes, também presente na apresentação do
trabalho. Para o executivo, haverá aumento nos custos do frete rodoviário por
conta da lei que regulamenta a profissão de motorista. A legislação determina
intervalos de descanso para o profissional durante sua jornada de trabalho.
"O grande concorrente da cabotagem é, de fato, o transporte
rodoviário", reiterou. "A Log-In tem total crença de que a
cabotagem é a solução de transporte no Brasil", afirmou.
O diretor do Ilos disse que o transporte rodoviário é mais competitivo
para conduzir cargas até 400 quilômetros. Além dessa distância e até 800
quilômetros, explicou o executivo, o impacto no custo do frete das empresas
sobe entre 5% e 6%. Acima dos 1,5 mil quilômetros, a alta "é de dois
dígitos".
Araujo observa, entretanto, que ainda não se vê uma migração do
transporte por caminhão para embarcações como as perspectivas sugerem.
"A migração do rodoviário para a cabotagem é menor do que o aumento de
custos para o modelo de logística das empresas", informou.
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Fonte: Agência Estado