Apesar
dos constantes anúncios de investimentos do governo federal em estradas, a
situação geral nas rodovias brasileiras piorou em 2012, segundo pesquisa
divulgada ontem pela Confederação Nacional do Transporte (CNT). O levantamento
avaliou 100% das rodovias federais, mais as principais rodovias estaduais e
concessionadas. Em comparação com 2011, o resultado ocorreu por causa da piora
em critérios como sinalização, já que, no caso da pavimentação, a avaliação
positiva foi superior à negativa.
Outra conclusão do estudo é que as rodovias
que foram privatizadas tiveram melhor desempenho do que as estradas que
continuam sob gestão pública.
No estado
geral, dos 95.707 km de estradas analisadas, 60.053 km, ou 62,7%, tiveram algum
tipo de problema, contra 57,4% na pesquisa de 2011. Esse percentual de 62,7%
inclui os índices de regular (33,4%), ruim (20,3%), e péssimo (9%). O resultado
de ótimo (9,9%) e bom (27,4%) somam 37,3% na pesquisa de 2012, contra 42,6% em
2011. Segundo dados da CNT, a piora no resultado se deve, principalmente, a
problemas de sinalização nas estradas, em questões como faixas e placas. No
caso da sinalização, 63.410 km (66,2%) apresentaram problemas.
Curiosamente,
a avaliação sobre pavimentação teve um resultado inverso: 54,1% de aprovação em
ótimo (49%) ou bom (5,1%), enquanto 45,9% (ou 43.981 km) apresentaram má
conservação, incluindo os resultados de regular (33,4%), ruim (8,6%), e péssimo
(3,9%).
Segundo a
pesquisa, também aumentaram os pontos críticos, locais que sofrem com problemas
como erosão, por exemplo: 221 agora, contra 219 em 2011. De acordo com outro dado
da pesquisa, simplesmente não há placas de sinalização em 4.231 km, ou 4,4% dos
trechos avaliados.
No caso
das rodovias “privatizadas” – aquelas repassadas ao setor privado por meio de
concessão –, 86,7% (ou 13.347 km) são classificadas como ótimas ou boas, contra
apenas 13,2% de resultado regular, ruim ou péssimo. Aliás, apenas 10 km (0,1%)
das privatizadas são apontados como estando em péssimo estado.
Já as
estradas sob gestão pública são reprovadas pela maioria: apenas 27,8% (ou
22.307 km) delas são classificadas como ótimo ou bom, enquanto 72,2% (ou 58.008
km) são apontadas como regular (37,6%), ruim (23,8%) ou péssimo (10,8%). Essa
avaliação permanece quando o critério avaliado é apenas a pavimentação. No caso
das rodovias públicas, apenas 48,1% são consideradas ótimas ou boas, enquanto
37,2% são apontadas como regular e outros 14,7% como ruim ou péssimo. No caso
das estradas “privatizadas”, a pavimentação de 84,8% dos quilômetros avaliados
é elogiada. Os outros 15,2% são considerados regular, ruim ou péssimo.
A CNT
acredita que são necessários investimentos totais de R$ 170 bilhões no setor
para resolver os problemas. No Orçamento de 2012, o programa chamado Transporte
Rodoviário totalizou na lei R$ 13,9 bilhões. Já para 2013, o mesmo programa tem
uma verba um pouco menor, de R$ 13,3 bilhões. Os programas são consolidados no
Orçamento como forma de dimensionar todas as ações, de todos os ministérios,
para aquela determinada área.
Só 29%
das estradas em PE são boas - A situação das estradas em Pernambuco não foge à
média nacional. No Estado, dos 3.107 km de rodovias analisadas, 910 km, ou
29,3%, foram consideradas boas ou ótimas. Por outro lado, 1.054 km (33,9%)
foram avaliados como ruins ou péssimos.
Assim
como aconteceu no relatório da CNT a respeito das estradas nacionais, o calo no
Estado foi mesmo a sinalização, já que 59% das rodovias do Estado têm um
pavimento considerado bom ou ótimo.
O único ponto crítico apontado pelo
documento é um buraco grande na PE-360, que liga Floresta a Ibimirim, no Sertão.
A
sinalização foi avaliada como regular ou péssima em nada menos do que 2.466 km
de estradas de Pernambuco, o que corresponde a quase 80% do total pesquisado.
Os principais problemas são a inexistência de placas (9,5%) e pintura das
faixas desgastada (80%) ou inexistente (11,9%).
Em
relação às condições da superfície do pavimento, elas foram consideradas
perfeitas em 10% dos trechos das rodovias, enquanto 70% apresentaram desgaste e
17%, trincas na malha ou remendos. Os buracos, afundamentos ou ondulações foram
observados em 2% dos trechos analisados.
A CNT
acredita que são necessários investimentos de R$ 1,5 bilhão para que as
estradas pernambucanas sejam recuperadas, a maior parte com manutenção. A
conservação das rodovias custaria para os cofres do Estado, de acordo com o
relatório, R$ 140 milhões.
Fonte.: Jornal do Commercio - PE