Fabricantes
de veículos pesados e de equipamentos para o setor rodoviário estão otimistas
este ano. A demanda por máquinas deve se manter aquecida com o recente pacote
de incentivos do governo, que deverá ampliar a competitividade e aumentar os
números de negócios, e também pelos investimentos do Programa de Aceleração do
Crescimento (PAC), que contempla obras ao longo de cerca de 50 mil quilômetros
de estradas brasileiras.
No início de abril, o governo anunciou a quarta
versão do Programa de Sustentação do Investimento (PSI). Para o setor
automotivo, a maior novidade está nas novas condições da linha de crédito: a
taxa de juros fixa foi reduzida de 10% para 7,7% ao ano e o prazo máximo do
financiamento passou de 96 para 120 meses.
Também foi ampliada a participação máxima do
financiamento PSI na aquisição dos veículos: para micro, pequenas e médias
empresas, o percentual passou de 90% para até 100%. Para grandes empresas, o
limite foi elevado de 80% para até 90%. "Essas medidas deverão permitir
uma reação do mercado de carrocerias de ônibus e poderemos ter um volume igual
ou 5% superior a 2011. No fim do ano passado, chegamos a prever até
queda", diz José Antônio Martins, presidente do Simefre, sindicato da
indústria de equipamentos rodoviários e ferroviários.
Nos dois primeiros meses do ano, a demanda por
equipamentos teve alta de 10%, mas, em março e abril, sem números fechados
ainda, a percepção é de uma retração. Desde o início do ano, ônibus e caminhões
foram feitos pelo padrão de tecnologia Euro 5, que produz motores menos
poluentes e rodam com diesel com menor teor de enxofre. As novas tecnologias
encarecem em até 15% o preço dos chassis.
"Esses benefícios do PSI valem até 2013, o que
deverá ter impacto sobre os negócios até o próximo ano. Esse programa é que
propiciou resultados fortes para o segmento nos últimos dois anos", afirma
Andrea Park, presidente da Câmara Setorial de Máquinas Rodoviárias da
Associação Brasileira da Indústria de Máquinas (Abimaq).
A executiva destaca, no entanto, que as obras do
PAC ainda não se converteram em pedidos firmes para o setor. "Há muitos
projetos, mas ainda não chegaram a virar encomenda", afirma ela,
destacando que o segmento pode repetir a performance de 2011 ou crescer até 5%
este ano.
Outra das medidas anunciadas pelo governo foi a
desoneração
Fonte: Valor Econômico