O presidente do Sinditanque (Sindicato dos Transportadores de Cargas Líquidas e Corrosivas do Estado de São Paulo), Bernabé Rodrigues Gastão, disse ontem estar preocupado com a restrição de caminhões em importantes corredores de tráfego da região do ABC, que passam a valer a partir do próximo dia 8. A restrição, segundo o sindicalista pode prejudicar os caminhoneiros autônomos e trazer novamente o desabastecimento de combustíveis e outros produtos. "Com certeza os caminhoneiros vão parar automaticamente. É preciso que seja avaliada a quantidade de viagens que um caminhoneiro autônomo precisa fazer. Vamos chamar os caminhoneiros do ABC e ver o quanto eles serão prejudicados e depois vamos buscar o Consórcio Intermunicipal para conversar", disse Gastão.
A coordenadora do Grupo de Trabalho de Mobilidade do Consórcio Intermunicipal, Andrea Brisida, disse desde a aprovação da medida pelos prefeitos das sete cidades em novembro, houve preocupação em dialogar com todas as categorias afetadas, e entidades representativas da indústrias, como o Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo). "Nestes meses todos mantivemos aberta uma mesa de negociação para o ajuste de rotas alternativas, por isso na nossa avaliação não deve acontecer o que aconteceu em São Paulo, não há razão para isso. Amanhã (hoje) temos outra reunião com a Ciesp para tratar de rotas alternativas. As exceções, como os VUC (Veículos Utilitários de Carga), veículos de emergência e outros, já estão previstos, mas nada impede que outras exceções sejam criadas, dado a algum tipo de transporte que tenha que circular no horário da restrição".
A coordenadora disse também que as prefeituras já estão preparadas para as mudanças e já confeccionaram as placas de regulamentação que, contudo, só serão instaladas bem próximo da data de início da medida para não confundir os motoristas. "As prefeituras também vão colocar novas faixas informando sobre as mudanças, visto que as que foram instaladas no ano passado se deterioraram".
Em São Caetano, o secretário de Mobilidade, Iliomar Darronqui, disse que as placas estão prontas e serão instaladas assim que os decretos em cada cidade forem assinados.
Ainda de acordo com Andrea Brisida, a redução do trânsito com a retirada dos caminhões nos dois períodos de pico deve ficar entre 7% e 15% dependendo da via. "Esse é um estudo feito no ano passado, queremos fazer outro em abril para termos um panorama mais atual", finalizou.
AVENIDAS
O período de orientação começou em fevereiro e a fiscalização passa a valer em 8 de abril. Os horários de pico tiveram redução de uma hora e meia da proposta inicial. O horário de pico da manhã considerado será das 6h30 às 8h30 e o da tarde, das 17h às 20h. As avenidas Capitão João e João Ramalho, em Mauá, foram excluídas da medida devido à ligação com o Rodoanel, avenida Jacú Pêssego e com os municípios de Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra.
Restrição de caminhões atinge três eixos e 39,7 quilômetros de extensão nos horários de pico. Em Diadema afeta as avenidas Fábio Eduardo Ramos Esquível e Piraporinha; em São Bernardo as avenidas Pereira Barreto, Praça Samuel Sabatini e viaduto José Fernando Medina Braga, e avenidas Lucas Nogueira Garcês, Piraporinha, Lauro Gomes e Aldino Pinotti; em Santo André, avenidas Giovanni Batista Pirelli, Santos Dumont, rua Coronel Alfredo Fláquer e Av. Edson Danilo Dotto (Av. Perimetral), avenida Ramiro Colleoni, Dom Pedro II e Pereira Barreto; em São Caetano são afetadas as avenidas Guido Aliberti, Goiás e rua Alegre.
A restrição de circulação integra a Operação Horário de Pico, que foi aprovada pelos prefeitos do ABC no dia 7 de novembro último e busca responder a uma situação de colapso na mobilidade da região, garantindo um mínimo de fluidez no tráfego.
O REPÓRTER obteve informação de que as montadoras de veículos fizeram um estudo técnico que concluiu que os motivos dos congestionamentos não são os caminhões, mas o excesso de veículos.
Fonte: ABC Repórter