A logística Atlântico/Pacífico sofrerá transformação imensurável a partir de 2014, quando será inaugurada a ampliação do canal do Panamá. A capacidade operacional deverá passar de 320 milhões para mais de 600 milhões de toneladas por ano.
O atual sistema de interligação que opera perto de 14 mil navios por ano, apesar das inúmeras transformações tecnológicas, permite a passagem de graneleiros da classe Panamax com aproximadamente 60 mil toneladas de carga, em seus 82 km.
O novo canal paralelo permitirá navios de aproximadamente 150 mil toneladas. Quanto aos conteineiros, passará dos atuais 4.400 para mais de 12 mil TEUs.
Os graneleiros maiores que partem das proximidades da linha do Equador, atualmente, utilizam-se basicamente da rota do sul da África. É o caso dos corredores de exportação do Arco Norte: Santarém, Itacoatiara, Belém, São Luís e Pecém.
A relevância desse fato se amplia, pois nas próximas décadas os principais mercados para soja e milho estarão na Ásia. Esses mercados dependerão em muito dos suprimentos das novas fronteiras de produção brasileiras.
Prevê-se que remessas a partir dos portos do Arco Norte por essa rota possam representar mais US$ 1 ou US$ 2 por saca para os produtores.
Em 2007, o Ministério da Agricultura e a CNA estimaram a necessidade de terminais de exportação nesses corredores para atender 50 milhões de toneladas em 2020, considerando todos os segmentos do agronegócio.
Hoje, tais regiões já estão transferindo mais de 30 milhões de toneladas por ano de soja e milho para portos do Sul/Sudeste, pois lá a disponibilidade está em torno de 8 milhões e o único aumento concreto é Itaqui, com cerca de mais 7 milhões de toneladas a partir de 2014.
Fonte: Folha de S. Paulo