quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Ampliação do terminal da Vale vai reduzir gargalos logísticos


Os gargalos logísticos do setor portuário brasileiro, principalmente os de Santos, poderão ser minimizados em cerca de três anos com a ampliação do Terminal Marítimo da Ultrafértil (TUF), da Vale, no cais santista.A análise é do gerente geral da unidade, Ricardo Buteri, ao explicar a viabilidade ambiental do projeto, previsto para ser concluído no segundo semestre de 2014.

Atualmente, o empreendimento encontra-se em fase de licenciamento ambiental. A previsão é que a licença prévia seja emitida pela Cetesb em abril. Já a de instalação deverá ser liberada até setembro, permitindo que o canteiro de obras estejamontado até o final do ano. A área do terminal passará de 185 mil para 800 mil metros quadrados.

De acordo com Buteri, um dos destaques do projeto é a utilização das ferrovias para o transporte dos granéis sólidos (açúcar) e líquidos (etanol) que passarão a integrar amovimentação do terminal. Os caminhões serão usados apenas nas operações de importação de fertilizantes.

“O transporte de cargas por ferrovia está previsto para a totalidade da exportação de granéis agrícolas. O caminhão continuará para os fertilizantes, devido à pouca distância entre as fábricas e o terminal. Será feito por caminhão somente o que vamos transferir para as fábricas”, afirmou o gerente-geral, lembrando que o terminal está a sete quilômetros das principais unidades do Pólo de Cubatão.

Diante da necessidade de manter os caminhões empelo menos uma das etapas, a empresa pensou em uma estratégia para evitar filas de carretas, quando aumentar a demanda por fertilizantes. Vai ser disponibilizado um estacionamento na área interna da instalação. “A intenção é evitar qualquer impacto na Piaçaguera (Rodovia Piaçaguera-Guarujá)”, destacou o executivo. Com a ampliação do terminal, ele espera mais que dobrar o volume de fertilizante movimentado, passando de 2,5 milhões para quase 6 milhões de toneladas.

O transporte dos granéis será feito pelo corredor ferroviário já existente entre o Porto de Santos e o interior de São Paulo e Minas Gerais. O maior investimento do projeto será realizado na compra de novas locomotivas, que vão viabilizar o crescimento da quantidade transportada pela Ferrovia Centro-Atlântica (FCA). Serão R$ 1,2 bilhão para a aquisição de 148 locomotivas e 2.680 vagões. E serão implantados 10,6 mil metros no entorno do terminal. “A malha ferroviária existente, que é uma concessão da Vale, já suporta o crescimento que estamos estimando. O que vamos fazer é colocar mais locomotivas e mais vagões para que a gente possa ter uma rotatividade maior dentro de um trecho que já utilizamos”, explicou o gerente do TUF, mencionando ainda a implantação de terminais de transbordo. “A intenção é fazer uma integração completa desde o agricultor até o Porto”, completou.

Berços - A construção de dois novos berços de atracação no terminal – serão três no total, sendo um específico para os granéis – foi outra vantagem ressaltada pelo gerente da Vale. Para Buteri, o projeto vai suprir uma necessidade muito superior à que os atuais terminais do Porto de Santos podem atender.

“Vamos reduzir um gargalo. Existem parceiros com terminais marítimos dentro do Porto de Santos que nos procuram para poder otimizar e fazer a diferença de carga que eles mesmos não conseguem fazer”,explicou.

Os investimentos da Vale incluem ainda a dragagem de manutenção do Canal de Piaçaguera, para que volte a atingir 12 metros de profundidade. A princípio, afirmou Ricardo Buteri, essa medida é suficiente para atender o empreendimento.Mas a empresa não descarta aprofundar para 15 metros, seguindo a dimensão do canal de navegação do Porto de Santos.

“Uma vez que o Porto termine a dragagem de aprofundamento para 15 metros, nós teríamos que fazer um novo estudo de viabilidade ambiental para verificar a possibilidade. É precoce falar disso agora, mas é possível no futuro entrarmos com esse tipo de análise”.

Fonte: A Tribuna – SP