sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Radar falso não intimida motoristas na Fernão Dias em SP


O excesso de velocidade é responsável por acidentes graves na Rodovia Fernão Dias, que liga São Paulo a Belo Horizonte. Do começo do ano até esta quarta-feira (2), 42 pessoas morreram em acidentes só no trecho paulista da rodovia. Catorze dessas mortes foram provocadas por motoristas que trafegavam acima da velocidade permitida, segundo a Polícia Rodoviária Federal.

A imprudência dos motoristas está ligada também à falta de fiscalização eletrônica na rodovia. Embora possuam placas indicando a presença de radares e até as estruturas metálicas, as câmeras de fiscalização não funcionam, como mostrou o Bom Dia São Paulo. A concessionária Arteris disse que tem até 2014 para instalar os equipamentos.

Imagens mostram caminhões que trafegam de maneira imprudente pela rodovia, que tem 592 km de extensão, sendo 90,4 km em território paulista. Um motorista de um carro de passeio disse à Polícia Rodoviária Federal que um caminhão em alta velocidade o ultrapassou.

Os policiais interceptaram o caminhão na região de Bragança Paulista e pediram para ter acesso ao tacógrafo, que registra a velocidade do veículo. O motorista não reconhece que estava acima da velocidade, mas o equipamento o denuncia. Apesar disso, o policial não aplica uma multa alegando que a legislação não prevê autuações em função do registro feito apenas pelo tacógrafo.

Em Vargem Grande, porém, o motorista de um caminhão é autuado por trafegar com velocidade incompatível com a sinalização da via. Ele bateu em um carro que aguardava a abertura de uma cancela. O motorista não quis conversar com a reportagem.

Na altura do km 74, na Grande São Paulo, a reportagem flagrou um carro sendo rebocado. Embora tenha placas que sinalizam a velocidade de 80 km para veículos leves e de 60 km, acidentes são comuns nesse trecho. As placas também advertem para a existência de fiscalização eletrônica. Cientes de que os postes de radares não funcionam, os motoristas não reduzem a velocidade. “É tudo oco. Dá para ver que não tem câmera. Não tem nem um fio colado nele”, disse um motorista. “Percebo muita imprudência, ultrapassagem pela direita, excesso de velocidade”, declarou um outro.

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) afirmou disse que a instalação desses equipamentos é de responsabilidade da concessionária que administra a rodovia. Já a operação é de responsabilidade da Polícia Rodoviária Federal.

A concessionária Arteris disse que, por contrato, ela tem até fevereiro de 2014, o final do 6º ano de concessão, para instalar os radares. Ela disse que deve cumprir esse prazo.

A Polícia Rodoviária Federal espera, então, a instalação dos radares fixos para começar a multar e frear os motoristas imprudentes. A polícia vai distribuir, a partir desse mês de outubro, medidores de velocidade móveis e portáteis para estradas federais de todo o país, incluindo São Paulo.


Fonte.: G1